Tucano aposta que, em 2019, cenário econômico do País trará sinais mais cristalinos de melhora
Em seu segundo ano à frente da maior Prefeitura do Grande ABC, Orlando Morando (PSDB) aposta que, em 2019, a economia brasileira trará sinais mais cristalinos de melhora e que essa guinada será sentida rapidamente por São Bernardo. O tucano, em entrevista exclusiva ao Diário para traçar balanço deste exercício, destacou que o município, com sua veia automotiva, tende a ser impactado positivamente com impulso da atividade econômica interna, o que alimenta novas perspectivas para a administração.
“Se a economia melhorar para gente é muito importante. O que hoje vai bem na linha automobilística é a exportação. É bom porque gera renda indireta, com gente trabalhando, mas não deixa receita direta para o município. Se a economia interna melhorar para nós é muito importante. A recuperação da cidade é muito rápida. Estou otimista com 2019”, alegou.
Morando listou obras que conseguiu entregar ou encaminhar neste ano e voltou a defender modelo de austeridade nas contas públicas. “Nunca escondi a realidade e a dificuldade financeira. E honro meus compromissos. Um terço das prefeituras do Brasil não vai pagar o 13º. Oito Estados também não. Pagamos o 13º e vamos adiantar o salário de janeiro para nosso funcionário. Vamos fechar o ano sem dever para ninguém. Fecharemos no zero a zero, sem dívida.”
O prefeito de São Bernardo também comentou sobre como tem dialogado com o governador eleito João Doria (PSDB) – uma vez que integra a equipe de transição – e pontuou que levou ao futuro chefe do Estado a necessidade de se tirar do papel a Linha 18-Bronze do Metrô, que ligaria o Grande ABC à malha metroviária da Capital. O contrato foi assinado em 2014 e a obra era para ter sido concluída quatro anos depois. Porém, nem o processo de desapropriação foi iniciado.
Qual balanço o senhor faz do segundo ano de sua gestão?
Ano importante. Ano passado fizemos ajustes necessários para ter equilíbrio financeiro da gestão para podermos botar a cidade para andar e foi o que aconteceu neste ano. Este ano foi marcado pela realização e entrega de obras. Na área da Mobilidade Urbana, foram dois viadutos, o Castelo Branco e o da Avenida Robert Kennedy. Entregamos o primeiro corredor de ônibus exclusivo, na Avenida João Firmino. Entregamos a Linha Camargo, o Terminal Grande Alvarenga. Foram 105 ônibus novos e a balsa, problema histórico e antigo, resolvemos para dar dignidade a quem possa usá-la. Foram duas creches, uma no Riacho Grande e outra no Jardim Nazareth. Foram 1.500 vagas em creches, com essas e conveniadas. Na Segurança, ficamos acima da média porque entregamos 50 viaturas. Entregamos armamento para metade da nossa tropa, com 400 armas. Ano que vem vamos entregar mais 400. Todos os GCMs (Guardas-Civis Municipais) de São Bernardo deixaram de ter a ponto 38 e terão pistola 380. Entregamos nova base comunitária da Romu no bairro Alves Dias e outra na Praça Lauro Gomes. Devolvemos a Praça Lauro Gomes à população de São Bernardo. Só recebemos elogio. É símbolo de São Bernardo. Entregamos base na Arena Olímpica e companhia na Vila Marchi. Entregamos aquacentro no bairro Demarchi, há 14 anos fechado. Passaram as gestões (Luiz) Marinho (PT) e (William) Dib, símbolo do que não pode acontecer. Hoje está funcionando, 700 pessoas utilizam por mês. Entregamos o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) Rudge Ramos. Na área do esporte, temos a primeira pista indoor BMX. Reformamos ginásios do Jardim do Lago, do Planalto e do Jardim das Orquídeas, totalmente revitalizados, além das 17 praças-parques. Há outras três em obras. Inauguramos unidade do Atende Bem no bairro Assunção, Rudge Ramos e reformamos a do Riacho. Devolvemos o Atende Bem para o Poupatempo. O PT havia criado o ‘perde tempo’, separando o que estava unificado. Reunificamos. Entregamos o estacionamento do Paço, mudança visível. Autorizamos o plano de governo na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Silvina e o Pronto-Socorro do Taboão. Avanço significativo na Educação, com bom prazo para entrega de uniforme, material escolar e merenda. Há serviço de limpeza nas escolas, avanço bastante importante. Considero ano exitoso, pelo aspecto de realização e no ano que vem será ainda melhor. Neste ano foi razoável, de médio para bom, no ano que vem será ainda melhor. Vou entregar uniforme e material escolares no primeiro dia de aula para as 85 mil crianças da nossa rede, algo que nunca aconteceu em São Bernardo. Temos ainda o complexo Tereza Delta, obra de R$ 100 milhões, que será entregue no ano que vem, e a ligação da Luiz Pequini com a Rotary, que entregaremos em junho, e os corredores de ônibus, que devemos ter alguns prontos. Teremos programa de requalificação da malha importante. Este ano foi importante, de muitas realizações, e o ano que vem será melhor.
Analistas acreditam que em 2018 houve sinais de melhora na economia nacional e que, a seguir esse curso, 2019 tende a apresentar resultados melhores. No que essa perspectiva positiva pode auxiliar a cidade?
A equipe econômica do (presidente Michel) Temer (MDB) foi melhor do que ele. Presidente não foi bem, mas a equipe econômica foi razoável. Ele aprovou emenda que limita o teto de gastos do governo federal (por 20 anos), não dá para sonhar hoje com nenhuma abundância financeira do governo federal. Acredito que o País vá melhorar no ano que vem. Não sei se cresce 2% ou 3% o PIB (Produto Interno Bruto), mas vai crescer. Se ele (Jair Bolsonaro, PSL, presidente eleito) conseguir aprovar a reformas, cresce até 5%, mas é conjuntura. O pior já passou. O pior ano tivemos em 2017, o pior de todos. Em 2018 houve sinal de recuperação, não como imaginávamos, e 2019 será melhor, não tenho dúvida. Nossa cidade é rotulada ainda pela produção da indústria automobilística. Se a economia melhorar para gente é muito importante. O que hoje vai bem na linha automobilística é a exportação. É bom porque gera renda indireta, com gente trabalhando, mas não deixa receita direta para o município. Se a economia interna melhorar para nós é muito importante. A recuperação da cidade é muito rápida. Estou otimista com 2019.
Neste ano, o senhor anunciou a melhora do rating da cidade, de D- para B+. O governo já tem planos de busca de recursos com essa alteração?
Recuperamos o rating da cidade, saímos do D- que o PT deixou para B+. E continuamos a busca pela eficiência na gestão. No ano passado, eliminamos a frota oficial para prefeito, vice e secretários. Neste ano, leiloamos 180 carros, que nos renderam R$ 1,14 milhão direto. Há economia atual de R$ 5 milhões (sem uso de carros oficiais e contrato de locação), mais R$ 5 milhões (de corte de gastos) com modelo do aplicativo, somos a primeira cidade do Grande ABC a usar o modelo do aplicativo. A prioridade nossa será a malha viária, que é muito velha. As duas linhas de financiamento que atuaremos é na malha e em programas habitacionais. São prioridades.
Há projetos pensados?
Estamos bem encaminhados. Aprovei no Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento, da Caixa) R$ 120 milhões (em empréstimo), sendo R$ 70 milhões para malha e R$ 50 milhões para Habitação. Há outros encaminhados.
O discurso de corte de gastos está presente desde a campanha. Quando tomou posse, o senhor decidiu doar parte do salário, a fatia de reajuste aplicada por Marinho, a uma entidade. O senhor acredita que a cultura da Prefeitura com relação aos gastos mudou?
Acredito que sim. A gente é transparente. Nunca escondi a realidade e a dificuldade financeira. E honro meus compromissos. Um terço das prefeituras do Brasil não vai pagar o 13º. Oito Estados também não. Pagamos o 13º e vamos adiantar o salário de janeiro para nosso funcionário. Vamos fechar o ano sem dever para ninguém. Fecharemos no zero a zero, sem dívida.
Ainda traz impacto o que o senhor herdou de dívida?
Se o Marinho não tivesse deixado os R$ 200 milhões em dívida teria esse recurso para investir. Daria para fazer pavimentação em todas as ruas de São Bernardo, se o irresponsável do Luiz Marinho não tivesse deixado R$ 200 milhões em dívida para eu pagar. Inclusive conta de energia elétrica. Paguei a última parcela da Eletropaulo em dezembro. O carnê acabou. É um problema a menos.
Qual estimativa para a Linha 18-Bronze com o governo de João Doria?
Vamos continuar acreditando. Com novo governo, governador João Doria, de poder ter a linha iniciada. Era para estar pronta, concluída. Esperamos que seja iniciada.
O senhor está na equipe de transição do João Doria. O que o governador eleito fala sobre o assunto?
Ele está muito cauteloso com relação à economia. É o desejo do governador iniciar a Linha 18. Precisa colocar dinheiro para desapropriar. Ele tem essa preocupação clara.
Qual a projeção do Piscinão do Paço? O senhor chegou a dizer que os impactos das mais recentes chuvas seriam muito menores se a obra tivesse sido entregue no prazo, em 2016. Os comerciantes, maiores impactados, entendem isso?
A obra era para ter sido concluída antes de eu tomar posse. A obra estava parada, comprovadamente pelo Ministério das Cidades. Pega a data da carteira profissional dos trabalhadores, quando eles foram readmitidos para dar sequência à obra. Faltava planejamento. A gestão anterior tinha ansiedade por assinar contrato, mas não tinha planejamento. Houve duplicações de vias, mas nada desapropriado. Não adianta ter contrato sem faixa para fazer a obra. O mesmo foi no piscinão. Gastaram toda a parte do governo federal, quando chegou o momento da contrapartida do município, não tinha recurso. Faltou planejamento. Não estou aqui para falar só do passado. O importante é que conseguimos retomar e teremos a obra entregue em agosto de 2019. Não tiro a razão dos comerciantes. Quem perdeu estoque e showroom... de fato, é muito ruim. Vieram aqui, tivemos bom diálogo. Acho que eles compreenderam. Não tiro a razão da indignação. É problema que será resolvido.
Na Saúde, o senhor aponta que o Hospital de Clínicas funciona 100% da sua capacidade e que, até 2020, o Hospital de Urgência será aberto. O que esses dois equipamentos trazem de impacto ao sistema?
No HC, agora há cirurgia cardíaca infantil. O mesmo hospital que na gestão do PT deixou pessoas cegas hoje opera coração de criança. A mudança é 180 graus. Chegamos a 70% do novo Hospital de Urgência, que vem para cobrir as emergências. Será hospital maravilhoso. E tenha certeza que vamos pedir ajuda do Estado, assim como há no HC, no qual eles contribuem com R$ 2 milhões ao mês. O custo total do HC, por mês, é de R$ 15 milhões.
Qual perspectiva para transformação do Museu do Trabalhador em Fábrica de Cultura?
Em 2019 vamos resgatar a obra. Estou muito otimista.
O que faz o senhor ficar tão otimista sobre esse tema?
A conversa que tive com o juiz do caso, fui despachar com ele. O andamento que tivemos, tenho bastante convicção que teremos a obra liberada, vamos licitar e vamos concluir. O ex-governador (Geraldo) Alckmin deixou assinado (o convênio) e eu já compartilhei disso com o governador Doria. Estamos contratando empresa para ter projeto para licitar os 5% da obra. Falta acabamento. Não deteriorou, não perdeu. Investiremos em torno de R$ 5 milhões. Serão arcados com recurso próprio. A obra vamos iniciar em 2019.
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