Economia Titulo Oportunidade
Até 80% mais barato, imóvel de leilão se torna opção na crise

Para especialistas, a chave é conseguir o
máximo de informações antes do arremate

Gabriel Russini
Especial para o Diário
13/08/2017 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


Em tempos de crise, alguns segmentos são auxiliados justamente pela dificuldade do cenário. É o caso do mercado de leilão de imóveis, visto como oportunidade para conseguir a casa própria economizando até 80%. Na prática, significa que um apartamento de R$ 600 mil pode ser adquirido por R$ 120 mil, por exemplo.

“Leiloamos recentemente apartamento com valor de mercado de R$ 400 mil por R$ 110 mil no bairro Barcelona (São Caetano)”, conta Marcelo Tomaz, diretor da CFI Consultoria. Neste caso, a redução foi de 72,5%.

Na média, entretanto, “as pessoas geralmente compram pela metade do preço”, assinala o CEO da Sato Leilões, Antonio Sato Junior. O executivo pontua que a quantidade de imóveis ofertados recentemente – reflexo, por exemplo, da alta do desemprego – puxa para baixo os valores cobrados por eles. E fatores como a melhora, mesmo que discreta, no cenário econômico, além do restabelecimento da confiança do consumidor, têm estimulado a procura por essas unidades.

Para que o sonho não se transforme em pesadelo, no entanto, e a compra se concretize sem problemas, alguns cuidados devem ser tomados antes do arremate. Sato destaca que o primeiro passo é realizar visita externa ao imóvel – já que, geralmente, o atual proprietário ainda mora no local, o que impede que o interessado conheça a unidade por dentro. O objetivo é conferir se a realidade ‘bate’ com a descrição, e se a vizinhança agrada.

De acordo com Tomaz, cerca de 80% dos imóveis leiloados ainda estão ocupados. Ele alerta que há dois tipos de leilão: o judicial e o extrajudicial. No caso dos judiciais, o processo é mais rápido. “O juiz expede a carta de arrematação pedindo para que o cartório registre o imóvel e, consequentemente, solicita a desocupação, o que pode durar até seis meses”. Em contrapartida, nos casos extrajudiciais, que geralmente envolvem bancos e construtoras, o negócio pode se estender por muito mais tempo. “O juiz entra com intimação de posse e expede liminar para a saída coercitiva, o que, em trânsito julgado pela Justiça, pode levar mais de um ano.”

Outro ponto crucial é consultar se o futuro lar possui débitos e impostos em aberto – o que, se houver, impede que a escritura do local seja transferida ao nome do novo proprietário. Para o diretor da CFI, o mais indicado neste momento é recorrer ao auxílio de um advogado. “A coleta de informações é fundamental, uma vez definido o interesse pelo imóvel. Isso porque muita gente acaba comprando por preço acessível e nem sabe que a unidade possui outras contas a serem pagas, como dívidas de condomínio e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).”

Para saber se o imóvel possui pendências, os especialistas indicam que o interessado busque informações junto à prefeitura da cidade e à administração do prédio, em caso de apartamentos.

A diretora comercial da Sold Leilões, Andreia Tavares, destaca que também é imprescindível ter atenção no momento de leitura do edital, e se atentar às datas de pagamento das dívidas deixadas pelo antigo dono – que, muitas vezes, devem ser pagas à vista. “É tanta informação que as pessoas acabam se perdendo”, diz ela, ao destacar que justamente um dos fatores que motivaram a maior oferta de imóveis leiloados foi o aumento da inadimplência.

“Registramos elevação de 30% no movimento no primeiro semestre deste ano em comparação ao ano passado”, conta Sato Junior.


Caixa dispõe de 35 unidades na região

No sábado, dia 19, acontece leilão presencial e virtual da Caixa Econômica Federal organizado pela Sato Leilões. Dos 223 imóveis, 35 são do Grande ABC: 13 em São Bernardo, 12 em Santo André, quatro em Rio Grande da Serra, três em Diadema, dois em Mauá e um em São Caetano. “A expectativa é vender entre 20 e 25 dos imóveis da região e 60% do total anunciado”, diz o CEO Antonio Sato Junior.

Um deles é apartamento de 123 m² em São Bernardo, na Av. Aldino Pinotti. O imóvel de três quartos tem lance inicial de R$ 686.922,62. Na comparação de preço com unidade similar a esta, o desconto supera 20%.

Novidade é que o pagamento poderá ser feito por financiamento ou FGTS. Interessados devem ler o edital antes e procurar agência da Caixa.
 




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