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Renda familiar cresce mesmo no auge da crise
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
02/07/2009 | 07:08
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Mesmo com a crise financeira internacional que abalou economias em todo o mundo desde setembro do ano passado, a renda média do cidadão brasileiro continua a crescer. Esse é o resultado do levantamento da Cetelen acerca do poder de compra da população brasileira.

Tendo como base o ano de 2008, a pesquisa sinaliza uma consolidação das classes. "A distribuição da população brasileira por classes de consumo se manteve estável, o que indica a consolidação das mudanças ocorridas nos últimos anos", afirma o relatório O Barômetro, divulgado pela organização. A classe C, situada como classe média, continua representando a maior parte da população brasileira, com 45% do total. As classes A e B representam 15% enquanto as D e E somam 40%.

Para um cenário caótico de crise financeira, o resultado é extremamente positivo. Essa é a opinião de Renato Meirelles, sócio e pesquisador da Data Popular, empresa especializada em pesquisas de mercado focadas nas classes baixas. "A pesquisa de campo (feita entre 16 e 29 de dezembro do ano passado) foi feita no auge da crise. Essa pesquisa não seria negativa em hipótese alguma", opina Meirelles.

Enquanto todos os indicadores sinalizem para um aumento da escolarização do brasileiro, provavelmente o nível de renda continuará crescendo. O sócio da Data Popular ressalta que todas as pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam esse desenvolvimento do ponto de vista profissional. "A cada ano a mais que o brasileiro tem em escolaridade, o nível de renda dele aumenta em cerca de 15%", pontua.

CLASSE MÉDIA
A classe média, tida como nicho mais promissor em termos de aumento de capacidade de compra e desejo de consumo, apesar da estabilidade, deve manter seu posto. "As classe C continua com o maior rendimento nacional e o maior desejo de compra", sinaliza Meirelles. A pesquisa aponta um crescimento de 213% no volume de renda disponível nas classes D e E, o que pode sinalizar um futuro inchaço do nicho. "Não tem como uma empresa crescer se ela não olhar com muito cuidado a classe social que mais cresce no País, que é a classe média." As maiores aspirações para o grupo ficam em torno dos eletrodomésticos. Cerca de 36% da população pesquisada certamente já comprou ou comprará algum eletrodoméstico ainda nesse ano.

Uma possível estagnação desse grupo já é prevista por especialistas do ramo para um futuro muito distante. "Claro que em algum momento haverá saturação desse mercado, mas ainda há muito espaço para crescer, principalmente se falarmos dessas questões que envolvem o nível de escolaridade e principalmente a idade da população, que ainda é muito jovem nessa classe social", reitera Meirelles.




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