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Secretariado tem cenário de incertezas
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/01/2011 | 07:08
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A dança das cadeiras no secretariado de Santo André envolve cada vez mais nomes. Embora a Prefeitura negue o início das articulações que visam oferecer espaço aos partidos aliados ao prefeito, Aidan Ravin (PTB), é certo que Ângelo Pavin (PTB) deixará a superintendência do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) nas próximas semanas. Seu substituto será Arnaldo Augusto Pereira, de saída da Secretaria da Saúde, e que acumulará a função com o comando do Planejamento.

Assim, crescem as chances de o secretário de Finanças e de Gabinete, Nilson Bonome, ser efetivado como secretário de Saúde. Oficialmente, ele assumiu o cargo provisoriamente na segunda-feira, cobrindo férias de Arnaldo.

Mas o poder de Bonome no governo (comenta-se que o prefeito não dá um passo sem antes consultá-lo) o credencia para assumir, definitivamente, a terceira Pasta importante. Fato parecido nunca foi registrado nos governos das sete cidades do Grande ABC.

Além de encabeçar as três Pastas, Bonome possui trânsito livre na Prefeitura. Seu poder de articulação lhe garante status de conselheiro em outras áreas, como Desenvolvimento Econômico, Comunicação e Esportes. Não à toa, é cotado para sair a vice-prefeito de Aidan em 2012 - filia-se ao PMDB em fevereiro.

Já Pavin deixará o Semasa, mas ainda há a possibilidade de permanecer no governo como titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, área que tem Edson Salvo Melo como secretário-tampão desde maio, quando Beto Torrado pediu desligamento do cargo para trabalhar nas campanhas tucanas. O problema, para ele, é a concorrência do PSB.

Apesar de negar que manteve conversas com o prefeito tratando de sua saída da autarquia, Pavin vê nas tumultuadas contas do Semasa a chance de ficar inelegível, o que acabaria com suas pretensões de retomar atuação política em São Caetano, onde exerceu três mandatos na Câmara.

O vereador Marcelo Chehade (PSDB), a quem foi oferecida a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense, e a Diretoria de Gestão Ambiental, ligada ao Semasa, soltou que Pavin deixará a autarquia. "Ele não vai continuar."

O tucano revelou também que Bonome prometeu espaço maior ao PSDB no governo em troca de o vereador votar, em dezembro, no candidato do Executivo à presidência da Câmara, José de Araújo (PMDB), o que se concretizou. "Ele ofereceu as duas para escolhermos uma", ressaltou, sem se incomodar com os segredos da administração Aidan.

Marcelo Chehade já fala como secretário e critica líder tucano

O vereador Marcelo Chehade (PSDB) já fala como secretário de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense. Contrariando o Executivo, que afirma não ter iniciado conversa com aliados sobre os espaços que ocuparão no governo, ele já faz planos para comandar a Pasta.

O tucano conversará com a executiva e com a bancada do PSDB na Câmara na segunda-feira para definir o encaminhamento que será tomado. Contudo, revela que já está acordado com os correligionários que, caso a sigla escolha comandar Paranapiacaba, é o seu nome que será indicado.

"Isso se deu pela relação que mantenho com o governo", explica. Além de voltar atrás e votar em Araújo para presidente da Câmara, Chehade foi o líder de Aidan no Legislativo em 2009 e início de 2010. É também um dos parlamentares com mais cargos na administração petebista (cerca de dez).

O vereador visitou Paranapiacaba recentemente com a mulher, Melissa, que é bióloga. "Ela já me deu algumas sugestões. Com ela em casa, ficará mais fácil tomar os encaminhamentos corretos."

A abertura do governo para o PSDB não conta com a simpatia do líder do partido na Câmara, Paulinho Serra. Ele pretende ser candidato a prefeito em 2012, mas enxergaria a possibilidade ser reduzida a quase nada caso os tucanos aceitem mais espaço no governo. A manobra amarraria a sigla a Aidan nas eleições.

"Uma pessoa só não pode querer ditar os rumos do partido", atenta Chehade, que também se coloca como pré-candidato a prefeito. "Nem por isso vou contra os encaminhamentos da executiva."

Já Paulinho se diz excluído das negociações, que são tratadas entre governo e Chehade. "Vejo esta manobra como oportunista. Por que esta chamada não veio no início do mandato? É questão eleitoreira", esbraveja, ao criticar o correligionário. "Se o PSDB optar por assumir secretaria, temos nomes melhores que o do Marcelo para indicar."




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