Depois de ouvir na tarde de ontem o suplente Waine Arcanjo (Agir), a primeira testemunha, a CEI (Comissão Especial de Inquérito) criada pela Câmara de Rio Grande definiu a convocação de mais dez depoentes. Entre os novos convocados, estão o ex-prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB), o ex-secretário de governo Admir Ferro e o ex-chefe de assessoria do Legislativo Gabriel Campagnoli. Os depoimentos estão marcados para o próximo dia 26.

Os três são os pivôs da investigação da comissão, criada para apurar suposto esquema de corrupção na gestão do ex-prefeito e possível pagamento de propina via pix de Admir Ferro para Campagnoli.

O ex-funcionário da Câmara fez uma delação junto ao Ministério Público de São Paulo na qual confessou ter recebido R$ 4.000 mensais de Admir Ferro para manter a narrativa de que os requerimentos de informação não foram protocolados corretamente. Este era o argumento de Claudinho durante o processo de impeachment. O <CF52>Diário</CF> teve acesso aos comprovantes dos pagamentos. Os depósitos foram realizados no dias 13,14, 24 e 25 de dezembro de 2021.

O empresário Eduardo de Jesus, autor de um dos pedidos de impeachment contra o ex-prefeito, deveria ter deposto junto com Waine na tarde de ontem, mas não compareceu devido a um problema de saúde de sua esposa. Seu depoimento foi remarcado para a próxima quinta-feira. A comissão ainda convocou nomes como o de Nilton de Paula, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico, Cláudio Campagnoli e Ataisa Afonso Campagnolli, pais de Gabriel Campagnoli, entre outros convocados.

As convocações foram aprovadas de forma unânime pelos três representantes da CEI, Marcelo Cabeleireiro (PSD), Elias Policial (Podemos) e Roberto Contador (Avante).

No depoimento de ontem aos parlamentares, Waine Arcanjo confirmou que os áudios vazados por ele, nos quais o ex-prefeito oferece o cargo de secretário de Esportes ao vereador Claudinho Monteiro (PTC), de quem ele é suplente, são verídicos. “Não há nada de montagem nos áudios”, disse ele.