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Móveis sobem mais que a inflação
Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
16/11/2010 | 07:00
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Sofás, armários, guarda-roupas e cadeiras estão mais caros do que no fim do ano passado. Porém, a previsão é que os lojistas mantenham os preços das mobílias em geral neste mês e em dezembro.

Em média, o aumento nos móveis, no ano, foi de 6,44%. Esta variação foi maior do que a inflação do mesmo período.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu neste ano até o fim de outubro 4,38%. O indicador aponta a variação dos preços às famílias brasileiras com renda entre um e 40 salários-mínimos.

Para o economista chefe da GS&MD-Gouvêa de Souza, Marcelo Waideman, o cenário econômico positivo e a grande oferta de crédito propiciam ambiente para manutenção dos preços.

 "Quem aumentar pode dar um tiro no pé", brincou o economista. Ele explicou que se a empresa encarecer os seus produtos, pode perder clientes para as lojas menores. "E o mercado deve estar ciente desta situação", avaliou.

Outro fator que contribui para a estabilidade dos valores é a sazonalidade. A demanda por móveis em dezembro atinge quase o dobro do que nos outros meses do ano. O recebimento do 13º salário também estimula o consumo.

Levantamento da Gouvêa de Souza aponta que o volume de vendas do último mês representa 13% do ano. A ascensão tem início em novembro, dono da segunda maior representatividade na comercialização, com 8,7%.

Os outros dez meses mantém participação do volume de comercialização com algo entre 6,7% e 8,6%. Com demanda aquecida no fim do ano, acesso ao crédito facilitado e confiança do consumidor na economia, é provável que haja estabilidade nos preços para este Natal.

 

ESCOLHA

Antes de começar a caça por uma mobília, o importante é adquirir o produto em empresas conhecidas, idôneas, para não sair no prejuízo posteriormente.

"Muitas vezes o consumidor busca mais o preço do que o produto. Nem sempre o mais barato é o ideal. Vai comprar um móvel, procure empresa que esteja legalmente aberta, por exemplo", disse o presidente do Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e região, Hermes Soncini.

 

QUALIDADE

O Diário percorreu lojas do setor moveleiro da Rua Jurubatuba, em São Bernardo, e constatou que a maioria oferece móveis prontos de madeira maciça e sob-medida.

Porém, Soncini afirmou que a matéria-prima do produto, muitas vezes, não significa qualidade. E que os produtos vendidos em grandes redes varejistas normalmente produzidos em série e de aglomerado - serragem prensada com resina - não são menos resistentes do que os maciços. "Vai muito do cuidado da pessoa. Se ela bater a porta do armário sempre, qualquer um vai quebrar", enfatizou Soncini

 

Valor à vista igual ao pagamento parcelado tem juros embutido

Tanto em lojas especializadas quando em grandes redes varejistas, o acesso ao crédito para compra de móveis é facilitado. Algumas oferecem pagamentos em oito prestações, outras em dez, e até 20 vezes.

Mas o professor de Economia Radames Barone, que ministra aulas na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), alerta que "não existe preço à vista e a prazo iguais no mesmo estabelecimento. Os juros estão embutidos".

Ele orienta que o consumidor pesquise em várias lojas o valor do produto que pretende comprar, se a escolha é o pagamento à vista.

 

PRAZO

Mas se a ideia é pagar em várias vezes, Barone enfatiza que o valor da parcela não deve ultrapassar 30% da renda mensal. "Para não comprometer despesas subsequentes." Ele completa que o 13º salário deve ser preservado, ou ao menos parte, para despesas do começo do ano, como matrícula escolar e IPVA.




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