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Marinho chama TCE de ‘zona’ e acusa Corte de ter viés político

Prefeito de S.Bernardo cita Dimas Ramalho, do PPS, como responsável por atrasar licitações

Gustavo Pinchiaro
16/10/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), acusou o TCE (Tribunal de Contas do Estado) de tomar decisões “políticas” em detrimento de postura técnica na avaliação de licitações para compra de uniformes escolares e classificou a Corte como “uma zona”. O petista ainda citou nominalmente o conselheiro Dimas Ramalho como responsável por atrasar os certames e disse que “o governador (Geraldo Alckmin, do PSDB) botou ele lá” depois de ter sido eleito deputado federal em 2010 pelo PPS, principal partido de oposição à administração são-bernardense.

“O que vale para um conselheiro não vale para o outro. É uma zona aquele Tribunal de Contas. É só observar. Não sou eu quem estou falando. Pergunte a qualquer prefeito. Tem conselheiro corrupto lá, a Justiça comprovou. Conviveram com conselheiro corrupto por bom tempo, só agora que foi afastado”, afirmou, em relação à saída de Robson Marinho, suspeito de receber propinas de empresas quando chefiou a Casa Civil no governo de Mário Covas (PSDB).

Desde 2009, Marinho não consegue entregar uniformes escolares aos alunos antes do início do ano letivo, tendo, inclusive, promovido série de licitações polêmicas no período. O Ministério Público chegou a pedir em abril prisão preventiva da secretária de Educação, Cleuza Repulho, por fraude em certame de 2009 para aquisição de mochilas e tênis aos estudantes. Ano passado, Dimas Ramalho cancelou o edital para compra do vestuário por suspeita de direcionamento e impôs série de mudanças no modelo apresentado pelo prefeito. Em 2010, São Bernardo gastou 131% a mais do que o Paço de Santos em editais iguais de uniformes.

Para o prefeito, no entanto, a situação é culpa da postura política do TCE e não de erros da administração. “Pergunte (sobre os atrasos) ao pessoal do PPS lá do tribunal. Eles têm impedido o processo. O conselheiro que o governador botou lá, que era deputado do PPS, o Dimas Ramalho, atrapalhou nossa vida”, argumentou.

O petista sugeriu que pode abrir mão de fornecer uniformes ou buscar alternativa à fiscalização. “Não é obrigado por lei. Não dá é para ficar todo ano nesse puxa e estica com o tribunal. Se é para ter desgaste, para quê dar o uniforme?”, indagou, ao revelar que estuda novo mecanismo de compra de peças aos alunos.
Procurado, o TCE não quis se manifestar sobre as críticas do prefeito de São Bernardo.


Petista diz que sindicato quer plano de carreira ‘impossível’

Sob vaias de servidores públicos, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), entregou ontem pessoalmente à Câmara a LOA (Lei Orçamentária Anual) estimada em R$ 4,9 bilhões para 2015. A categoria protestava contra o PCCV (Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos) enviado à Casa pelo Executivo em junho.

Marinho teve de pedir licença ao público para explicar a composição do Orçamento na tribuna e avisou aos servidores que pretende seguir negociando com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) para alterar a proposta em tramitação. “É frustração minha não ter implantado o PCCV.

Era para ter ocorrido na gestão passada. O que o sindicato quer é impossível. Para atender, teria que aumentar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e outras taxas. Com isso o povo não está de acordo”, declarou.

O petista ainda ironizou a demora na negociação do PCCV. “O povo do sindicato está me quebrando galho. Quanto mais postergar a discussão, sobra mais recurso para investir na cidade. E eu adoro investir.”




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