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Oposição denuncia 'indústria da multa' em Diadema
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
16/11/2002 | 18:01
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Diadema arrecadou de janeiro a agosto deste ano R$ 5,2 milhões com multas de trânsito o que foi considerado um valor “exorbitante” pelos vereadores de oposição ao governo do prefeito José de Filippi Júnior (PT).

A líder do PSB na Câmara de Diadema, vereadora Eliete Menezes, acha que Diadema “virou a indústria da multa” – fama dada a Santo André – e acha que falta uma campanha educativa na cidade. “Em vez de educar o motorista, os radares têm servido apenas para multar. O único objetivo do governo é a arrecadação. A questão financeira virou prioridade para o governo municipal”, criticou a parlamentar.

Ela disse que alguns limites de velocidades estão incompatíveis com as vias. “Tem avenida que o limite é baixo para que o motorista seja multado. Devido a pressão de moradores e vereadores algumas avenidas tiveram alteração, como é o caso da Prestes Maia”, disse.

De janeiro a junho deste ano foram aplicadas em Diadema 47.984 multas, segundo resposta do prefeito José de Filippi Júnior a requerimentos de vereadores. A previsão de recebimento mensal é de 20% do total emitido, pois a maioria só é paga no mês de licenciamento do veículo.

A assessoria de imprensa da Prefeitura rebateu as críticas da vereadora Eliete dizendo que, após a instalação dos radares eletrônicos Diadema, reduziu para zero o número de acidentes com vítimas fatais. Segundo a assessoria, isso mostra “o resultado positivo de uma educação no trânsito”.

Parcelamento – Por causa do grande número de multas na cidade, a vereadora de oposição Maridite Cristóvão de Oliveira (PPS) apresentou projeto que tramita na Câmara obrigando a Prefeitura a parcelar as infrações de trânsito na cidade e as despesas decorrentes de remoção e depósito de veículos apreendidos em até seis vezes. Para ela Diadema também “virou fábrica de fazer multa”.

A parlamentar justifica ainda que muitas pessoas não regularizam a situação do veículo por falta de recursos.

Problemas – A partir desta segunda, as multas aplicadas em Diadema perdem a validade, pois a Prefeitura precisa adaptar o seu contrato com a Consladel, a empresa que fornece e opera os radares. Segundo a resolução 141 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), o pagamento às empresas contratadas tem de ter valor fixo. Hoje, a Consladel recebe por multa aplicada. Até solucionar o problema, a Prefeitura deverá desligar os radares.




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