Vereador em São Bernardo por seis legislaturas (1989 e 2012) e atualmente fora dos holofotes da política, Admir Ferro anunciou ontem que vai deixar o PSDB, partido no qual está filiado há 25 anos para buscar legenda que possibilite a ele candidatura ao Paço na eleição do ano que vem.

Eleito vereador em 2008 com a maior votação daquela legislatura – 8.483 votos –, o ex-parlamentar detalhou que sua decisão foi pautada após constatar falta de oportunidade em brigar pelo posto de representante do tucanato para o próximo pleito. O deputado estadual Orlando Morando e o ex-prefeito William Dib concorrem internamente à vaga de cabeça de chapa tucana. (leia mais abaixo).

“Vou sair do PSDB com dor no coração, mas porque não me oferece mais espaço para um projeto maior. Já fui vereador, secretário (foi titular da Pasta da Educação nas gestões de Mauricio Soares e William Dib) e presidente de partido. Quis ser candidato a prefeito, mas o partido acabou não viabilizando e, agora, sem chances de pleitear, decidi por sair”, relatou Ferro.

Candidato a vice na última eleição, em dobrada com o deputado federal Alex Manente (PPS), Ferro garantiu não ter conversa com nenhuma sigla, porém adiantou que o PPS está fora de suas projeções. “O partido (PPS) tem potencial para lançar candidatura e por isso não posso pensar em um projeto por lá. Estou em busca de um partido que se identifique com a minha proposta e me permita lançar candidatura”, detalhou.

Comenta-se pelos bastidores que o político deverá se filiar em legenda que estará alinhada ao projeto de candidatura do PPS de Alex.

Ferro comentou que sua decisão foi comunicada apenas à sua base eleitoral, considerando que seu afastamento deverá ocorrer até o fim do mês, antes da convenção partidária, marcada para os dias 16 e 31.

“Eu me sinto preparado para ser candidato a prefeito e preciso começar a trabalhar para viabilizar isso o quanto antes”, acrescentou.

O ex-parlamentar enfatizou que entra no jogo com boas chances de disputa, se credenciando como um nome que “deixaram legado na cidade”. “Há mais de 20 anos trabalho com determinação para o desenvolvimento de São Bernardo. Existem alguns pré-candidatos que fazem um bom exercício para a democracia local. Quero estar neste quadro e debater os projetos ao município. Tenho condições de discutir de igual para igual”, comentou, referindo-se aos possíveis representantes na concorrência pelo Paço: além de Morando e Dib pelo PSDB, e Alex Manente pelo PPS, o secretário de Serviços Urbanos do governo Luiz Marinho (PT), Tarcisio Secoli (PT), o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) e o presidente da Fundação Criança, Mauricio Soares (de saída do PT).

Vereadores pedem Morando prefeiturável

A bancada do PSDB na Câmara de São Bernardo, formada pelos vereadores Hiroyuki Minami e Juarez Tudo Azul, credita o deputado estadual Orlando Morando como melhor opção do tucanato ante o ex-prefeito William Dib, em construção de candidatura ao Paço no pleito de 2016.
Os parlamentares tucanos detalharam suas escolhas em discurso elogioso aos dois nomes, mas deram a preferência a Morando, atribuindo votação na eleição de outubro – foi reeleito à Assembleia, com 237.020 votos, sendo terceiro mais votado do Estado.

“O Orlando aumentou de maneira significativa sua votação, muito em conta da sua atuação como parlamentar estadual. Isso mostra reconhecimento da população”, apontou Tudo Azul.
Outro fator colocado pelos parlamentares municipais refere-se ao perfil entre os postulantes. “O fato de o Orlando ser mais jovem e ter atuação mais próxima da cidade nos últimos anos conta bastante. O Dib deixou a Prefeitura em 2008 e depois foi ser deputado federal (entre 2010 e 2014), que de certa forma o afastou mais de São Bernardo”, afirmou Minami.

Os vereadores acrescentaram que a sigla deve insistir por candidatura própria ao Paço, considerando “fragilidade atual da imagem do PT”. “O momento é esse. O PSDB tem de se fazer presente na próxima eleição, tendo em vista que foi apenas vice na eleição passada (o ex-vereador Admir Ferro foi candidato a vice em chapa liderada pelo deputado federal Alex Manente, do PPS)”, acrescentou Juarez.

Minami considerou que não acredita em racha, independentemente da escolha do partido. “Temos uma filosofia de união em torno do nosso projeto. Qualquer um que for o representante terá o apoio de todos nós”, disse.