Economia Titulo Luz no fim do túnel
Emprego ensaia melhora no Grande ABC

Dados mostram criação de 2.504 postos de trabalho em agosto, sendo 1.345 no comércio

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
01/10/2020 | 00:40
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Desde o início da pandemia, em março, a retração no mercado de trabalho está presente nos dados do emprego formal do Grande ABC. Porém, em agosto, a região começou a dar os primeiros passos para a retomada neste índice, já que o saldo (admissões menos demissões) ficou positivo, com a geração de 2.504 postos com carteira assinada. O comércio foi o setor que mais impulsionou a reação.

Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgados ontem pelo Ministério da Economia e tabulados pelo Diário. Na região, ocorreram 17,5 mil demissões e 20 mil admissões no último mês (veja mais informações na arte acima). Neste ano, o último mês positivo para a região foi fevereiro, com saldo de 2.067 postos de trabalho – em janeiro foram 1.377. Porém, desde março os resultados eram negativos e chegaram ao ápice em abril, com 18.336 dispensas. Entre as sete cidades, Santo André foi a responsável pelo melhor resultado em agosto (positivo em 699), enquanto Rio Grande da Serra foi a única com queda (-17).

O resultado mensal foi impulsionado pelo comércio, que registrou 1.345 registros. A indústria (722) e a construção civil (714) também obtiveram resultados positivos, mas o setor de serviços, importante gerador de emprego na região, continua no vermelho, com saldo de 277 demissões.

De acordo com o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior, a maioria dos comércios ficou fechada no início da pandemia e agora, com horário estendido de de abertura, “muitos deles tiveram que fazer a readequação do quadro de funcionários, já que tinham demitido lá atrás”, disse.

O resultado da região em agosto foi o melhor para o mês desde 2011, quando tinha registrado saldo de 2.942.

Mas, apesar da recuperação, o ano de 2020 ainda amarga as consequências da retração econômica. De janeiro a agosto, foram fechados 30.934 postos de trabalho com carteira assinada.

“Com a abertura da economia, naturalmente ocorre a melhoria dos indicadores de emprego”, afirmou o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. Porém, avalia que, apesar disso, a população desempregada deverá aumentar.

Ele citou os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que apontam que a taxa de desocupação no Brasil foi de 13,8%, no trimestre de maio a julho de 2020, a maior da série histórica, iniciada em 2012. “Outro efeito da abertura é que mais pessoas estão procurando emprego, que antes não estavam devido ao isolamento físico. Tem o efeito da redução do auxílio emergencial (que foi de R$ 600 para R$ 300), então a tendência de desemprego é de alta”, analisou. “O número do Caged é bom, mas não parece ser uma tendência firme para os próximos meses.”

Cia Júnior destacou que a confiança do consumidor vem sendo retomada, mas que a consolidação das vendas e a retomada do emprego “só devem acontecer definitivamente em 2021.”

No Brasil, os dados registraram a geração de 250 mil empregos em agosto, o melhor resultado nacional para o mês desde 2010. 




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