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Expansao da PqU vai atrair investimentos
Fabiana Cotrim
e Carlos Mercuri
Da Redaçao
17/05/2000 | 07:26
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  A expansao da produçao da Petroquímica Uniao (PqU) possibilitará crescimento das indústrias de transformaçao de plástico - etapa final da cadeia petroquímica. Segundo o secretário executivo da Associaçao Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Adolfo Braga Neto, o incremento médio esperado é de 5% ao ano."A regiao conseguiu conter o êxodo de indústrias, agora vai começar a reverter a situaçao atraindo novos investimentos. Com certeza, o incremento da PqU vai gerar entrada de outras indústrias e provocar aumento dos postos de trabalho", disse.

As Prefeituras de Santo André e Mauá - municípios em que o Pólo Petroquímico de Capuava está localizado - destacam que a expansao significará maior arrecadaçao de tributos. "Nao sei qual será a ampliaçao da arrecadaçao mas vai ser elevada com o crescimento das indústrias existentes e da possível entrada de outras", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico e Emprego de Santo André, Nelson Tadeu Pereira.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Mauá, Paulo Eugênio Pereira Júnior, o pólo já está atraindo novos investidores. Um exemplo é a Univen Petroquímica, que vai se instalar ao lado da Recap. "O pólo é responsável por 43% da arrecadaçao de Mauá. Nossa expectativa é de que essa participaçao chegue a 60%."

A assinatura do contrato entre Petrobrás e PqU é aguardada para até o fim deste mês. Esta é a expectativa do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Aníbal, e do superintendente da Refinaria de Capuava (Recap), Joao Adolfo Oderich. "As negociaçoes avançaram e, agora, só faltam detalhes comerciais", comemorou Aníbal. "Acredito que o desfecho saia ainda neste mês", afirmou Oderich.

As diretorias da Petrobrás e da PqU reúnem-se novamente no próximo dia 26, quando voltam a discutir detalhes do contrato, como preço e prazo de pagamento. A estatal fornecerá gás de refinaria por meio da Refinaria Henrique Lage (Revap), de Sao José dos Campos (SP). De lá, o produto será enviado por meio de dutos até a Recap, onde a PqU terá de construir uma unidade de separaçao, um investimento orçado em cerca de US$ 70 milhoes. O prazo de ressarcimento desse investimento da PqU é o principal ponto a ser negociado. Segundo Oderich, a Recap quitará o financiamento com o fornecimento de gás carbono 2 - uma mistura de eteno e etano.

De acordo com o superintendente da Recap, o que falta ser decidido é o prazo de pagamento, que pode ser de dez ou 15 anos. "A PqU apresentou uma proposta à Petrobrás e está aguardando uma contraproposta", disse Oderich. O diretor industrial da PqU, Adalberto Giovanelli, nao adiantou o teor da proposta e nao tem tanta confiança em que o acordo chegue ao fim neste mês. "As negociaçoes ainda estao caminhando, nao posso negar que houve um real avanço nas últimas semanas mas também nao creio em uma definiçao imediata", afirmou Giovanelli.

A unidade a ser erguida na Recap vai processar o gás de refinaria e o transformar em gás carbono 2, com o qual a PqU obterá eteno. A planta proporcionará à petroquímica ampliar em 130 mil toneladas/ano sua produçao do insumo. Atualmente, a PqU produz 500 mil toneladas/ano de eteno. Para a Recap, o contrato vai elevar em cerca de 10% o faturamento anual da refinaria. "Isso significa cerca de R$ 26 milhoes por ano a mais em vendas", destacou Oderich.




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