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Bahia prefere Ultra à concentraçao do poder na Copene
Do Diário do Grande ABC
25/01/2000 | 11:10
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O secretário de indústria e comércio da Bahia, Benito Gama, afirma que a compra do controle da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene) pelo grupo Ultra, se vier a acontecer, será um bom negócio para o Estado. "Precisamos de uma soluçao rápida, porque o pólo precisa ser ampliado", explica o secretário. A ampliaçao do pólo depende do aumento da capacidade instalada da Copene (central de matérias-primas), hoje em 1,2 milhao de toneladas (t) para 1,8 milhao t nos próximos dois ou três anos.

Segundo ele, nao seria bom para a economia baiana nem para a brasileira se o pólo passasse ao controle de um grupo concentrador. A questao, diz ele, nao é se a empresa é multinacional estrangeira ou nao, mas se sua cultura é de concentraçao econômica. Gama garante que o governo do estado nao tem influência sobre o apoio ou a escolha do comprador da Copene mas tem conversado com o ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, e com o presidente do BNDES, Andrea Calabi, para agilizar a venda do controle da Companhia.

Guerra fiscal - Assim como os transformadores de plásticos da Bahia, o secretário nao está preocupado com os decretos do governo paulista e, a partir de hoje, gaúcho. "Isso é uma falácia para tentar intimidar o desenvolvimento dos outros estados. Mas, o Supremo Tribunal Federal tornará inconstitucional a nao aceitaçao do crédito do ICMS", prevê ele. A maior parte da produçao de resinas termoplásticas do pólo por exemplo, é exportada para outros estados como matéria-prima e nao como produtos tranformados em embalagens e outros bens.

Segundo o próprio mercado transformador de plásticos local, os bens com valor agregado produzidos na Bahia sao consumidos no próprio estado, no Nordeste ou no Norte, onde nao há esse tipo de parque industrial. A indústria baiana também afirma que a sobretaxaçao dos produtos é desnecessária, já que as resinas que saem do pólo de Camaçari, voltam para o Nordeste e o Norte com maior valor agregado, em forma de bens de consumo final e intermediário. O quadro atual, no entanto, deverá mudar.

Política industrial- A política industrial da Bahia deverá centrar forças na atividade local em cadeia, para exportar menos matérias-primas e mais bens com valor agregado. Esse incremento, avalia Gama, já está em andamento, a partir da Ford, que atrai um pólo de 27 fábricas de peças e componentes, muitos dos quais feitos de plástico. "Temos todas as resinas termoplásticas utilizadas por essas empresas", observa ele.

Se o ano passado foi de atraçao de investimentos (180 novas empresas levaram US$ 5,2 bilhoes ao estado), 2000 será o ano da consolidaçao. "Se o País crescer 4%, nós cresceremos 6%." A base da afirmaçao, informa o secretário, sao os novos empreendimentos da Monsanto, da Xerox e da DuPont, só para ficar nos grandes.




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