Cinira chegou à delegacia por volta das 19h e permaneceu até as 21h30. Segundo ela, o desfalque estimado entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões nas contas de cerca de 140 condomínios do Grande ABC foi conseqüência da má administração da empresa. A proprietária teria feito um empréstimo há 14 anos, quando iniciou a carreira na Asseplim, para se tornar sócia. Este ano foram feitos mais dois empréstimos, no total de R$ 500 mil, para cobrir a antiga dívida. Na visão da empresária, o empréstimo não afetaria a conta dos condomínios.
O delegado considerou, no entanto, que a atividade desempenhada por Cinira oferecia lucro certo à empresa e que não havia como ela ter prejuízos. O dinheiro a ser empregado nas despesas dos edifícios era arrecadado dos próprios moradores e ela ainda recebia dois salários mínimos para administrar os condomínios. “Ela tinha um lucro líquido de R$ 20 mil por mês. Se fosse má administração, por exemplo, ela teria uma receita de R$ 10 mil, e não prejuízo. As contas dos prédios estão praticamente zeradas, e o dinheiro deve ter sido desviado para cobrir compromissos pessoais dela”, disse Cattani.
Nesta semana, o delegado deve pedir a quebra de sigilo fiscal da empresária, além do bloqueio de bens e um mandado de busca e apreensão na Asseplim. Ontem, ele encaminhou o ofício de quebra de sigilo bancário ao Banco Real, no qual a empresa mantinha as contas dos clientes, e determinou prazo de cinco dias para que a agência forneça os extratos das transações da empresa. Assim que a documentação chegar à delegacia, Cinira deverá ser intimada e indiciada. “Os extratos são a prova de que houve desvio de dinheiro”, afirmou o delegado.
Síndicos – A Associação dos Condomínios do Grande ABC deveria se reunir ontem para analisar a possibilidade de uma ação cível coletiva contra a Asseplim. A idéia, segundo o representante da comissão dos síndicos lesados pela empresa, Odair Perego, é reunir todos os moradores em uma única entidade perante a Justiça. Na reunião entre os síndicos no último sábado, ficou definido que a comissão iria recolher informações e documentos necessários para fundamentar as ações judiciais e extrajudiciais contra todas as pessoas físicas e jurídicas envolvidas, inclusive no Banco Real.
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