Além da constataçao de extorsao pela associaçao que representa os ambulantes na Prefeitura, a reportagem publicou a declaraçao de um ambulante - que nao se identificou, com medo de represálias - que denuncia um acordo entre a associaçao e a regional para a cobrança de propinas. O promotor Roberto Porto, do Ministério Público Estadual, disse ainda que o Largo 13 é um dos locais da cidade onde, de acordo com várias denúncias, continua a cobrança de propinas, oito meses após o início das investigaçoes sobre a máfia instalada em Sao Paulo.
Um dos principais acusados de extorquir camelôs no Largo 13, em Santo Amaro, Cristóvao da Silva, é ambulante no próprio local e filho do chefe de segurança da Associaçao dos Deficientes Físicos, Terceira Idade e Vendedores Ambulantes da Zona Sul e Adjacências (Adtiva). O vice-presidente da Adtiva, Ednaldo Pereira Costa, disse que, se há cobrança em nome da associaçao, a polícia deve punir os envolvidos. Ele nao negou os vínculos com Cristóvao, que chegou a ser preso em flagrante pela polícia, há dois meses, no próprio prédio onde funciona a associaçao, por porte de armas.
"Ele nao é sócio, mas freqüenta a associaçao, aqui é um lugar livre, onde pode entrar todo mundo", disse. Costa admitiu a cobrança de R$ 20,00 mensais e R$ 20,00 semanais pela Adtiva. A segunda quantia seria para a manutençao dos 22 seguranças, entre eles o pai de Cristóvao. A reportagem teve acesso a um recibo que mostra que a verdadeira quantia exigida pelos "seguranças" é de R$ 35,00, conforme haviam denunciado os ambulantes. Outra irregularidade mediada pela Adtiva seria a intermediaçao da venda de pontos no largo.
Nesta segunda-feira, Cristóvao continuava circulando pelo Largo 13, onde mantém uma barraca. O delegado Wagner Giudice, que nao atende repórteres por telefone, disse que nao tinha conhecimento da nova denúncia. "Nao leio o Estado", disse Giudice, responsável por 25 inquéritos sobre a máfia dos fiscais, entre eles o que investiga a prática de corrupçao na regional de Santo Amaro.
O administrador regional disse que a averiguaçao preliminar tem um prazo de 20 dias para ser finalizada. A AR-Santo Amaro fez uma investigaçao semelhante sobre denúncia de envolvimento de fiscais da Prefeitura em corrupçao na regiao da igreja onde atua o padre Marcelo, mas a conclusao foi a de que nao houve envolvimento de funcionários da regional.
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