A carta foi enviada em respeito às regras do sistema de metas inflacionárias. Como as metas dos anos de 1999 e 2000 haviam sido cumpridas, esta foi a primeira vez que o BC teve que atender às exigências de se justificar ao ministro da Fazenda.
No documento, Fraga afirma que os conhecidos fatos relevantes pressionaram os preços. Entre os acontecimentos citados estão a crise argentina e desaceleração econômica dos Estados Unidos, que levaram à alta do dólar. Além disso, ele cita o aumento dos preços administrados indexados ao câmbio e aos índices de inflação.
2002Fraga espera que a taxa de inflação neste ano feche o ano dentro da meta estabelecida de 3,5%, com variação de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Fraga afirmou que não espera que se repitam os choques que atingiram a economia brasileira em 2001, que refletiram na alta da inflação em 7,61%, acima da meta estabelecida de 6%.
Para 2002, é esperada uma queda da inflação dos preços administrados. Além disso, Fraga previu uma trajetória da taxa de câmbio que reflita a redução do risco do país e menores taxas de juros internacionais.
Em 2001, a inflação dos preços administrados foi de 10,4%, puxada principalmente pelo aumento das tarifas de energia elétrica. A desvalorização do real respondeu por 2,9 pontos percentuais da inflação de 2001. Fraga projeta aumento de 5,2% nos preços administrados neste ano. Parte do aumento ainda será influenciado pelo reajuste médio de 19% da taxa de energia. No entanto, o BC prevê queda no preço dos derivados do petróleo, o que causa a redução da previsão dos preços.
Fraga reforçou em sua carta enviada ao ministro Malan que a projeção da inflação em 2002 é de 3,7% e de 2,5% para 2003. As projeções foram feitas supondo que os juros seriam mantidos em 19% ao ano e a taxa de câmbio estável em R$ 2,35/R$ 2,36 por dólar. A meta de inflação em 2002 é de 3,5% e em 2003 de 3,25%.
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