O pedido de liminar deverá ser julgado pela Justiça ainda nesta terça e, se for concedido, o grupo vencedor nas eleições não poderá assumir a direção do sindicato até o julgamento do mérito.
Segundo Guy Ramos, assessor de João Gomes Pereira, líder da chapa 2 (oposição), “as eleições não estão ocorrendo de forma democrática”. A chapa 1, da situação, é encabeçada pelo atual presidente, Eluiz Alves de Matos, que está há três anos à frente do sindicato, após ter sucedido o então presidente José Mendes Botelho, que foi assassinado.
Na sexta-feira a oposição recebeu um comunicado da presidência do sindicato informando que os fiscais da chapa 2 não poderiam acompanhar os veículos que transportariam as 20 urnas – 13 fixas e sete itinerantes – até os locais de votação.
Sem tempo para recorrer da decisão na Justiça, a oposição fechou a portaria da sede do sindicato, na praça Alfredo Issa, em São Paulo, com caminhão de som, para evitar a saída dos carros. A Polícia Militar foi chamada e houve tumulto. Os veículos que transportavam as urnas saíram por volta das 10h, com 4 horas de atraso.
Um dia antes, a oposição já havia enviado à presidência do sindicato um requerimento de permissão para acompanhar as urnas nos mesmos veículos que as transportariam aos locais de votação. “Tudo o que recebemos até agora foi por meio da Justiça”, disse Ramos, explicando que a situação não permitiu a participação da chapa 2 no pleito.
O atual presidente do sindicato disse, com base no estatuto da entidade, que a participação dos fiscais da oposição é facultativa e que o acompanhamento das urnas eleitorais deve ser feito com recursos próprios, ou seja, em outros carros. “Eles não cabiam dentro dos veículos, que já contavam com o motorista, o presidente da mesa, o mesário, o segundo mesário e o suplente”, afirmou Matos.
As eleições do Sindicato dos Ferroviários ocorrem em meio a denúncias da oposição. Roberto dos Reis Pereira, um dos membros da chapa 2, apresentou diversas denúncias ao Ministério Público de São Paulo que envolvem o atual presidente do sindicato, Eluiz Alves de Matos.
No documento, Roberto dos Reis Pereira cita “inúmeros repasses financeiros feitos ao antigo presidente da entidade, José Mendes Botelho, já falecido, e a membros de sua família, de forma absolutamente injustificada e irregular, lesando os cofres sindicais”.
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