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Idas e vindas de Otaviano Costa
Márcio Maio
Da TV Press
16/12/2007 | 07:03
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Otaviano Costa tinha vários projetos para sua carreira até poucas semanas atrás, mas jura que nenhum deles incluía um papel em novelas. O intérprete do mulherengo Bruno em Amor e Intrigas, novela das 20h30 da Record, desenvolvia um programa voltado para o público universitário para a TV fechada e um espetáculo teatral. E, ao buscar fitas de arquivo de seus programas na Record para usar na peça, encontrou amigos que o surpreenderam com a oportunidade para um teste de elenco.

Agora, Otaviano recebe muitas broncas do público nas ruas em função do comportamento nada convencional de Bruno. Além de desejar todas as mulheres da trama, o executivo maltrata os pais, interpretados por Rogério Fróes e Sônia Guedes.

“As pessoas reclamam, dizem que tenho que tratar bem os idosos. Sinal de que estão assistindo e gostando”, deduz, sem esconder que muitas vezes o retorno de público vem junto com uma piada que não tem a ver com seu trabalho.

“Sempre me perguntam como eu deixo a Flávia Alessandra dançar nua. Tudo bem, não ligo. Tenho ciúmes dela, mas não por isso”, despista, referindo-se as cenas da personagem Alzira, interpretada por sua mulher em Duas Caras, da Globo.

Otaviano e Flávia Alessandra se conheceram durante um evento em um cruzeiro que os dois apresentaram. De lá para cá, poucas vezes conseguiram trabalhar juntos.

Olho no olho - A volta repentina à teledramaturgia causou um frio na barriga de Otaviano. Em uma carreira repleta de passagens por várias emissoras na TV aberta, seu currículo conta apenas com uma novela, Éramos Seis (1994), no SBT.

Apesar dos 19 anos de carreira, a maior parte de seus trabalhos foi apresentando programas na Band, Record e MTV. “Me acostumei a olhar para a câmara e improvisar. Agora olho para as pessoas que contracenam comigo e fico preso a um texto”, observa.

Para não fazer feio, Otaviano contou com a ajuda de Ronaldo Nogueira, preparador de elenco da Record.

Além de, é claro, ensaiar algumas de suas cenas com a mulher Flávia Alessandra. E, apesar dos universos completamente diferentes, já está aprendendo a aproveitar as experiências anteriores. Como na época em que interpretava vários personagens no infantil Casa da Angélica, do SBT, e nas Pegadinhas do Faustão. “Comecei cedo a conviver com atores e sempre observei muito. O artista tem de desenvolver essa prática sempre.”

Taça de vinho - Mas observar com atenção suas próprias cenas não faz parte das atividades cotidianas de Otaviano.

Apesar da insegurança inicial, o ator prefere fazer uso dos capítulos de Amor e Intrigas na sua função original: entreter. E, para entrar ainda mais no clima de telespectador, tem o hábito de assisti-los sem qualquer olhar crítico e bebendo uma taça de vinho.

Essa postura, segundo o próprio, ajuda a dar leveza na hora de gravar tomadas futuras. “Se me deixar ficar ‘noiado’, não vou conseguir me concentrar. Sigo a intuição e ouço meus diretores”, diz.

O contrato de Otaviano vale apenas para a novela, mas sua expectativa é assinar por mais tempo e engrenar a carreira de ator. Mesmo que, no futuro, apareça alguma oportunidade para apresentar um programa ou quadro na emissora.

“Adoro TV e tudo que ela me proporciona. Mas estou me esforçando para ficar na dramaturgia. Tem um gosto de novidade e isso me motiva”, afirma ele, que toca também uma empresa de conteúdo para TVs corporativas, a Share Brand Entertainment.

Atualmente, a empresa de Otaviano está desenvolvendo uma programação para ser exibida em táxis que rodam na cidade de São Paulo.

Garoto prodígio - Otaviano Costa nasceu em Cuiabá, no Mato Grosso, mas começou a carreira em São Paulo, aos 15 anos.

Um ano depois de se mudar para a Capital paulista para jogar vôlei pelo Banespa, bateu na porta da rádio Jovem Pan e conseguiu uma vaga como locutor e imitador.

No ano seguinte, assinou contrato com o SBT e entrou para a Escolinha do Golias, como ator. Depois de seis meses, assumiu um dos postos de VJ da MTV. “Fui da geração da Maria Paula, Astrid Fontenelle e Zeca Camargo”, diz.

Depois, passou pelo SBT, Globo, Band e Record. O contrato terminou no fim de 2004 e, desde então, Otaviano fez aparições em coberturas de Carnaval para a Band e resolveu investir no segmento das TVs corporativas.

“Sou maduro e entendo que existem épocas fartas e outras mais fracas no meio artístico. Mas sei que nunca vou largar a TV aberta”, afirma.



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