Henrique Húngaro, 8 anos, de Santo André, acredita que os bichos sonham que nem gente. “A minha cachorra Cindy dorme bastante e os olhos até mexem”, conta o garoto, que acha que não sonhamos todos os dias.

Já se assustou ao ver um gato ou cachorro se mexer ou fazer barulhinho enquanto dorme? Não precisa ter medo, isso ocorre porque estão sonhando.

Cientistas descobriram que alguns mamíferos e aves sonham, pois assim como os seres humanos, possuem o sono do tipo REM (Movimento Rápido dos Olhos, em português). Essa é a fase do sono profundo, na qual os sonhos acontecem. Os olhos, mesmo fechados, se movimentam de um lado para o outro e o cérebro parece trabalhar como se estivéssemos acordados.

Em geral, os sonhos dos bichos estão relacionados aos acontecimentos do dia a dia e podem ser influenciados pelo ambiente em que o animal vive; se está dormindo em um lugar agitado e barulhento pode sonhar pouco, mas se estiver em um local calmo, terá mais chances.

Estudos indicam que é possível que animais mais inteligentes, como os macacos, tenham o sonho bem parecido com o dos humanos.

MEMÓRIA

O sonho é uma fase do sono na qual as informações da memória, captadas durante o dia, são fixadas no cérebro. Por isso, quando sonhamos é como se as nossas experiências diárias e as dos animais passassem por uma limpeza, só o que é importante permanece no cérebro.

 (Supervisão Juliana de Sordi Gattone)

Consultoria da neurocientista Silvia Helena Cardoso, do fisiologista Renato Sabbatini, da Unicamp, e do zoólogo Luciano Mendes Castanho, da PUC de São Paulo

É raro se reconhecer no espelho

Essa habilidade é rara na natureza e está presente apenas nos grandes primatas (chimpanzé, gorila, orangotango, bonobo e homem), nos golfinhos e elefantes. Esses bichos são mais inteligentes do que os cães. Além disso, pesquisadores acreditam que eles conseguem reconhecer sua imagem no espelho porque também são capazes de perceber a necessidade de ajudar outros indivíduos da espécie.

Olfato ajuda a identificar família

Alguns animais como cães e gatos possuem a capacidade de reconhecer os integrantes de sua família utilizando, por exemplo, o olfato. Durante os primeiros dias de vida os filhotes de cães da mesma ninhada conseguem memorizar os cheiros da mãe e dos irmãozinhos.

Entretanto, é pouco provável que se identifiquem como irmãos depois de separados, apenas percebem que são parentes. Esse reconhecimento é importante para evitar que animais da mesma família cruzem, o que pode resultar no nascimento de filhotes com problemas genéticos.