A Câmara de São Bernardo renovará por mais um ano o contrato com a Nevada Rent a Car, empresa que venceu licitação em dezembro do ano passado para fornecer 33 carros para o Legislativo. O termo de convênio deve ficar em R$ 465,6 mil, mesmo valor do pacto firmado pelo ex-presidente da Casa Hiroyuki Minami (PSDB), que expira dia 30.

A empresa continuará fornecendo 33 carros para a Câmara, sendo 30 modelos Gol zero-quilômetro, um Polo sedan para o presidente da Casa e duas peruas Kombi para uso de funcionários do Legislativo. “Decidimos renovar o contrato porque tivemos uma resposta positiva na manutenção dos carros por parte da empresa (locadora)”, disse o chefe da mesa diretora, Tião Mateus (PT), responsável pela assinatura da parceria.

Um dos pontos colocados como mais polêmicos do termo de locação é o fato de a empresa ter sede em Guarulhos, município da Grande São Paulo. Dessa forma, metade do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) recolhido vai para a cidade da Região Metropolitana, que fica a 25 quilômetros do Grande ABC.

Tião Mateus argumentou que “gostaria” que os carros utilizados pelos parlamentares fossem emplacados em São Bernardo, porém justificou que os diretores da empresa se amparam em lei estadual para manter o registro dos automóveis em Guarulhos. “Eles se baseiam nessa lei, de que por causa do processo de licitação os carros podem ter a placa de qualquer lugar”, alegou o petista.

Durante a discussão da renovação do contrato com a Nevada, Tião Mateus tentou não incluir o veículo destinado ao presidente da Câmara, mencionando que não o utiliza ao relatar preferência pelo mesmo modelo destinado aos demais parlamentares. Entretanto, não houve avanço nesse sentido, pois a resposta é que haveria pouca diferença no preço. Diante da situação, ele terá os dois carros à disposição.

O aluguel de automóveis com placa de Guarulhos foi amplamente criticado à época de Minami. O caso, inclusive, foi parar no Ministério Público. O munícipe Marcelo Sarti entrou com representação na promotoria, questionando o valor do contrato, considerado elevado. O denunciante também colocou em xeque o emplacamento feito longe de São Bernardo.