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Nos 40 anos de seu clássico 'Avôhai', Zé Ramalho abre os arquivos
27/10/2017 | 07:30
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Reprodução/Instagram


São quase 40 anos desde que Zé Ramalho da Paraíba chegou ao "Sul Maravilha" nas asas de um ser alado. Era ele o "trovador do apocalipse", o "Bob Dylan do Nordeste". "Meu trabalho era um dado novo num momento em que foi iniciado, em 1978, quando saiu o primeiro disco. E as referências a Dylan, aos violeiros, são dados reais da minha formação musical", diz Zé ao jornal "O Estado de S. Paulo", por e-mail, em um momento de revisionismo. Aos 68 anos, o homem que criou uma das linguagens mais originais na música brasileira abre suas gavetas.

O selo Discobertas, do produtor Marcelo Fróes, está lançando o box Zé Ramalho Anos 70, com registros inéditos da década de diamante em três CDs. O primeiro, Demos, traz sete faixas registradas em ocasiões diversas. Estão ali os blues Frágil e Jacarepaguá Blues (gravadas no Teatro Aquarius, em São Paulo), e a seminal Avôhai, Jardim das Acácias, uma segunda versão de Frágil e um medley com Adeus Segunda-Feira Cinzenta e Espelho Cristalino (esta de Alceu, gravadas no estúdio da Phonogram em 1977).

Os outros dois discos tratam de momentos dos mais importantes do artista. A estreia nos palcos do primeiro álbum, que ficou conhecido como Avôhai, vencia o preconceito e as "panelas" estabelecidas depois de uma longa peleja. As músicas de Zé já tinham sido rejeitadas por quase todas as gravadoras (Phonogram, RCA, EMI-Odeon e Som Livre) e iriam parar na CBS por intercessão de Carlos Alberto Sion. Os dois trazem então, cada um deles, um show. O primeiro é o lançamento de Avôhai no Rio de Janeiro, em 1978, gravado no Teatro Tereza Rachel. O segundo é de um mês depois, quando o show aterrissa em São Paulo, no teatro Nydia Licia, em novembro do mesmo 1978. A diferença dos repertórios é pequena. No show do Rio tem A Noite Preta e Vila do Sossego. Em São Paulo, saíram as duas e entrou Mote das Amplidões.

Zé se prepara ainda para ter sua história contada em biografia escrita pela jornalista Christiana Fuscaldo, ainda sem data de lançamento. Ao jornal, ele conta ter autorizado o livro há três anos, o que, diz, não significa controle. "Mesmo tendo autorizado, não significa que eu vá ler."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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