Economia Titulo Abastecimento
Falta combustível
nos postos da região

Sindicato estima que 50% dos estabelecimentos do
Grande ABC fiquem sem o produto na tarde de hoje

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
06/03/2012 | 07:22
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Alguns postos da região estão sem combustível desde o fim da tarde de ontem. A falta do produto foi resultado da paralisação dos cerca de 800 caminhoneiros autônomos transportadores de carga líquida, que protestaram contra a restrição de tráfego em horários de pico (das 5h às 9h e das 17h às 22h) na Marginal do Tietê, na Capital, que começou ontem. A previsão dos donos dos estabelecimentos é que hoje, após o almoço, 50% dos postos nas sete cidades estarão sem combustível.

“Se a greve continuar durante toda a terça-feira (hoje), será um caos na quarta-feira (amanhã), com quase todos os postos sem o produto”, afirmou o presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do ABCDMRR), Toninho Gonzalez.

O presidente do Sinditanque (Sindicato dos Transportadores de Cargas Líquidas e Corrosivas do Estado de São Paulo), Bernabé Gastão, afirmou que a paralisação continuará até que a Prefeitura de São Paulo aceite negociar, o que não ocorreu até o fechamento desta edição. “E depois que resolvermos na Capital, vamos com tudo em cima do Grande ABC”, garantiu, sobre possíveis conversas com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que vai restringir, a partir de 8 de abril, a circulação de caminhões em algumas das vias mais movimentadas da região das 6h30 às 8h30 e das 17h às 20h.

O Sinditanque, o Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo) e a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) decidiram pela mobilização em assembleia no domingo.

Sexta-feira, sábado e domingo são os dias de movimento mais intenso nos postos. Na segunda-feira, normalmente, os estabelecimentos reabastecem os seus tanques. Ontem, durante todo o dia, não houve transporte dos produtos entre as distribuidoras e os postos, o que gerou a falta de combustível no fim da tarde.

“Estou sem gasolina comum. E até a noite de hoje (ontem) ficarei sem álcool e gasolina aditivada”, relatou Roberto Baptistela, proprietário de um posto da bandeira Shell na Avenida dos Estados, em Santo André. Ele disse que também ficaria sem combustível, na tarde de hoje, em seu outro estabelecimento na Avenida Senador Vergueiro, em São Bernardo, caso a paralisação se estendesse.

O empresário Eugênio Bianchi informou que seu estoque se encerraria durante a noite de ontem em seu posto na Avenida Portugal, em Santo André. “Mas já estamos pensando em uma solução para não lesar o consumidor. Vamos tentar comprar combustível da unidade de distribuição de Santos. Pagaremos um pouco mais de frete, mas não ficaremos sem o produto.”

Bianchi destacou que haverá corrida dos consumidores a partir desta manhã. “As pessoas ficaram sabendo que faltará gasolina. E aí a situação será bem complicada, mesmo que o abastecimento volte ao normal (hoje). Isso porque todos vão querer encher o tanque, e os postos podem não suprir a demanda. Mas se a greve continuar será realmente um caos.”

Cerca de 800 caminhoneiros cruzaram os braços

A paralisação dos caminhoneiros que transportam cargas líquidas atingiu as principais distribuidoras que abastecem o Grande ABC. Com isso, tanto postos das bandeiras Shell, BR e Ipiranga, quanto os de bandeira branca, poderão apresentar falta do produto hoje.

Apenas no centro de distribuição da Petrobras, na Avenida Almirante Delamare, na Capital, próximo à divisa com São Caetano, cerca de 110 caminhoneiros deixaram de rodar, disse um dos porta-vozes do movimento, Dolvani Gallego. O presidente do Sindicam-SP, Norival de Almeida Silva, afirmou que 800 transportadores de carga líquida estavam parados. “Hoje (ontem) eu nem saí de casa”, garantiu um desses caminhoneiros, de Santo André, que preferiu ter sua identidade preservada.

O presidente do Sinditanque, Bernabé Gastão, não estimou quantos caminhoneiros que atendem a região estavam paralisados. “É impossível. Eles vão na base, abastecem o caminhão, e lá recebem o destino da carga. Não dá para saber isso”, explicou.

Distribuidoras vão entrar na Justiça

O Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) planeja tomar providências por meios legais para interromper a paralisação de suas associadas no abastecimento regular dos postos de combustíveis.

“Infelizmente, essas manifestações se dão de forma violenta, com depredações de veículos e ameaças a funcionários e motoristas. As empresas distribuidoras, através do Sindicom, estão providenciando os meios legais, perante a Justiça, para obter proteção às suas atividades e preservar o abastecimento de combustíveis”, informou a entidade por nota.

Tanto o presidente do Sinditanque, Bernabé Gastão, quanto o presidente do Sindicam-SP, Norival de Almeida Silva, garantiram que o protesto foi pacífico. “E também não vamos tentar obstruir as vias e prejudicar a sociedade”, disse Gastão.

A Polícia Militar informou que a situação estava controlada ontem na Distribuidora Petrobras, em São Paulo.

 




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