Economia Titulo
Genérico custa até 323,65% menos
Tauana Marin
Especial para o Diário
02/07/2006 | 09:56
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O consumidor do Grande ABC chega a pagar até 323,65% mais caro em medicamentos de referência - os de marcas patenteadas, que não revelam no nome o princípio ativo. Este resultado foi apurado pelo Diário ao pesquisar o preço de dez medicamentos de referência junto aos respectivos genéricos entre três farmácias e drogarias independentes e uma de rede na região.

O índice foi constatado ao comparar o medicamento de referência Amoxil 250mg líquido (R$ 36,62) ao seu genérico amoxicilina 250mg, produzido pelo laboratório Eurofarma (R$ 11,94). Em contrapartida, o menor índice de diferença percentual foi detectado no medicamento de marca Higroton 50mg (R$ 10,45) ao seu genérico, clortalidona 50mg (R$ 7,88).

Os preços inferiores dos genéricos em comparação aos demais remédios justifica a comercialização de 13,9 milhões de unidades e a movimentação de US$ 75,9 milhões dos medicamentos sem patentes no país, batendo recorde neste mês de abril com alta de 22,1%, segundo a Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), vinculada à Febrafarma (Federação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas).

Segundo o presidente da Assodfarma Grande ABC (Associação dos Proprietários de Drograrias e Farmácias do Grande ABC), Osvaldo Praxedes, o que altera os valores dos medicamentos entre um estabelecimento e outro é o desconto dado por cada um, o que "faz parte da livre concorrência".

Dono da Drogaria Centre-Ville, em Santo André, Praxedes ressalta que as vendas dos genéricos vêm crescendo pela adesão dos clientes através do preço do medicamento, que é um diferencial. "No meu estabelecimento, os genéricos representam 8% do total de vendas", afirma. Para ele, o que impede um crescimento maior é o fato de existir no mercado medicamentos similares aos de marca.

Vantagem - O preço inferior tem sido um dos fatores que contribuem para que a participação dos medicamentos genéricos girem em torno de 38% nas vendas da Farmácia do Gilberto, em São Bernardo, há 25 anos. Segundo o proprietário Gilberto Saraiva, há um crescimento mensal na venda desses remédios, desde o seu lançamento, que representava cerca de 10%. "Hoje já não sinto resistência ao genérico", diz. "Esses medicamentos só tendem a crescer e prometem dominar", aposta.

O mesmo acontece na rede da Drogaria Gran-Farma, que conta com oito lojas licenciadas nas cidades de Santo André, Mauá e Ribeirão Pires. A filial de Mauá verificou que 15% das vendas são registradas pelos medicamentos genéricos, segundo o supervisor do estabelecimento Agnaldo Felix, que acredita que o índice só não é maior pelas dúvidas que os clientes ainda têm em relação à eficácia do produto e o bom resultado. "A população ainda se sente insegura com relação ao princípio ativo do medicamento" explica.

Em outros estabelecimentos, como na Drogaria R. Fernandes, em Mauá, algumas marcas acabam sendo as vezes mais baratas que o próprio genérico. Mesmo assim, o proprietário Raul Fernandes Filho explica que desde a produção dos primeiros genéricos já começou a trabalhar com o novo produto, e ressalta a "importância do bom atendimento". (supervisionado por Hugo Cilo)



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