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Alexandre Wollner chega à Casa do Olhar
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
27/10/2008 | 07:02
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Desde março sob curadoria do artista plástico Saulo di Tarso, a Casa do Olhar Luiz Sacilotto, em Santo André, abre amanhã o ciclo de reflexões Corte e Dobra, que demarca também o início da nova mostra do projeto Outras Concreções, dedicado a artistas que mantêm viva a linha de pensamento do pintor, desenhista e escultor andreense morto em fevereiro de 2003, aos 79 anos, e que empresta o nome à Casa e a uma sala permanente do espaço. O artista escolhido desta vez é um dos pioneiros do design brasileiro, o paulistano Alexandre Wollner, que também participa amanhã, às 19h30, do primeiro encontro do ciclo, com o artista plástico Francisco Alambert.

A mostra que homenageia Wollner, 80 anos, é composta de cartazes concebidos para publicidade - um de seus primeiros trabalhos foi como desenhista para os anúncios das sessões da Filmoteca do Museu de Arte Moderna. O designer fez parte da primeira turma do Instituto de Arte Contemporânea do Masp, que mais tarde lhe proporcionou a chance de estudar fora do País. O designer suíço Max Bill fez, em 1951, sua primeira exposição individual no Masp. Dois anos depois, sugeriu a Pietro Maria Bardi enviar um dos alunos brasileiros para a Escola de Ulm, em cuja criação trabalhava na época de sua exposição.

Na Europa, Wollner desistiu da pintura - sua produção como concretista foi pequena mas bastante importante. Voltou ao Brasil decidido a se estabelecer como designer e atingir o maior número de pessoas com seu traço. Fundou, em parceria com o colega e mestre Geraldo de Barros (1923-1998), o primeiro escritório de design do País. Barros foi escolhido originalmente para a bolsa de Ulm, mas não aceitou porque havia se casado havia pouco tempo.Wollner acabou criando diversas marcas brasileiras até hoje em uso, como as da Cofap e do Itaú (desenhado em 1980 e com pequenas atualizações).

CONCREÇÕES
A série Outras Concreções teve início em abril, inaugurada por peças de Geraldo de Barros, que tinha trabalhos também como fotógrafo e gravador. Na seqüência, vieram contribuições do pintor e desenhista Tuneu e do poeta, pintor e professor de História da Arte Luiz Roberto Rodrigues Lopreto, que estava na Casa desde agosto. "Costumamos dizer que a casa está sempre em processo. Não fechamos os espaços enquanto estamos montando uma nova exposição", explica di Tarso.

Depois de Wollner, estão programadas mostras do pintor Bartolomeo Gelpi, ainda em novembro, e a artista plástica Estela Sokol, em janeiro. Francisco Alambert também estará nas outras três mesas do ciclo Corte e Dobra. Em 18 de novembro o encontro será com Luiz Lopreto; no dia 25, será com o professor de história, teoria e crítica de arte Luiz Renato Martins. O ciclo se encerra em 2 de dezembro, com o pintor e desenhista Tuneu.




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