Política Titulo Palácio dos Bandeirantes sob novo comando
Doria afirma que fará governo municipalista e descentralizado

Tucano toma posse com críticas a correligionários do PSDB: ‘S.Paulo pensará grande e tem comando’

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
02/01/2019 | 07:00
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 O governador João Doria (PSDB) afirmou, durante discurso de posse no Palácio dos Bandeirantes, na manhã de ontem, que pretende realizar uma gestão municipalista e descentralizada. A ideia, segundo o tucano, é dar oportunidade para outras cidades da Região Metropolitana e municípios do Interior. “Minhas prioridades serão Educação, Saúde e Segurança. Vou governar para quem votou em mim e para quem não votou. Pretendo descentralizar a gestão, dar chance para outros municípios e cidades”, declarou.

Doria tomou posse como governador na Assembleia Legislativa junto de seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), e também fez discurso. Nele, centrou ataques ao que chamou de “velha política” e mirou até mesmo figuras do PSDB, seu partido, criticando gestões anteriores. Sem citar nomes, falou que São Paulo vai parar de “pensar pequeno” e que o Estado “agora tem comando”.

Principal rival do tucano no pleito, o agora ex-governador Márcio França (PSB) transmitiu o cargo a Doria, mas não esteve na solenidade de posse no Palácio dos Bandeirantes – local, aliás, que Doria avisou que não utilizará para morar.

Em cerimônia restrita a convidados, prefeitos, deputados e outras autoridades políticas, o governador paulista também deu posse a seus secretários e não comentou a ausência do ex-ministro Gilberto Kassab, que foi nomeado para chefiar a Casa Civil, mas tirou licença para se defender de suspeitas de corrupção.

“Não temos um time de secretários, temos uma seleção. Escolhi os melhores nomes de cada setor. E eles têm que estar dispostos para trabalhar sábados, domingos e até feriados”, declarou o governador.

Dos secretários anunciados, sete deles participaram do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB): Sérgio Sá Leitão (Cultura), Aloysio Nunes (Investe SP), Gilberto Kassab, Henrique Meirelles (Fazenda), Rossieli Soares (Educação), Alexandre Baldy (Transportes Metropolitanos) e Vinicius Lummertz (Turismo).

Em tom crítico à política atual, Doria afirmou que pretende “aposentar a velha política” e terminar com o cabide de empregos. “Só os colaboradores competentes ficarão em minha gestão. Quem não foi competente será trocado e falo isso olhando para meus secretários. Não vamos servir à política, mas ao povo”, alegou.

O tucano já tomou sua primeira atitude como governador. Assinou projeto de lei para extinguir ou fundir empresas estatais, entre elas a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado) e a Emplasa ( Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano).

 

Morando, Carla e Nishikawa, do Grande ABC, prestigiam ato

 

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), sua mulher e deputada estadual eleita, Carla Morando (PSDB), além do deputado estadual eleito Coronel Nishikawa (PSL), prestigiaram o ato da posse do governador João Doria (PSDB).

Para o chefe do Executivo de São Bernardo, Doria fará um governo dinâmico, apostando na desburocratização e no dinamismo. “O Grande ABC ganha com isso, sem dúvida, não tenho a menor dúvida. Somos um polo industrial importante. Estou otimista com a descentralização que ele pretende fazer com as prefeituras. Já temos uma agenda com ele em janeiro em São Bernardo, na qual ele vai inaugurar (a unidade do) Bom Prato”, revelou o prefeito, que integrou a coordenação da campanha e também a equipe de transição de governos.

Para Carla, Doria resume um novo modelo de gestão e de política, o que a deixa otimista. “O povo espera essa nova política. Cuidar do dinheiro público com mais respeito, transparência e otimizando os gastos”, disse.

Coronel Nishikawa, que tem base eleitoral em São Bernardo, afirmou que encarará a gestão de Doria com isenção. Não fará uma “oposição burra”, mas também não aprovará todas as medidas do novo governador. “Eu vou analisar os projetos de maneira isenta. Se eu perceber que ela é boa para a população, eu vou aprovar. Se não for boa eu voto contra”, pontuou.

Morando foi o único prefeito da região que acompanhou a posse de Doria, enquanto Carla e Nishikawa foram os únicos parlamentares do Grande ABC que estiveram presente no ato.

 

Comerciante espera boa relação com novo governador: ‘Aguardo a visita’

 

Dono de uma venda de café, salgados e refrigerantes há 30 anos em frente ao Palácio dos Bandeirantes, José Zuca, 73, disse ter o desejo de que o novo governador João Doria mantenha relação cordial que tinha com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele era um dos únicos populares nos arredores da sede do Executivo na manhã de ontem, na posse de Doria.

“Estou aqui há bastante tempo. Já vi o (Orestes) Quércia (que comandou o Estado entre 1987 e 1991 pelo MDB), o (Mário) Covas (governador entre 1995 e 2001, pelo PSDB). O Alckmin sempre vinha me dar um abraço e espero que Doria faça o mesmo”, estimou.

Morador do bairro do Butantã, na Capital, Zuca se instalou em uma praça com clima interiorano ontem pela manhã. Ele conversava com dois amigos o futuro de São Paulo. “Estou otimista com o novo governador. Espero que ele resolva os problemas da Saúde e que pense um pouco mais em nós, idosos.”

Zuca lembrou que a última vez que Alckmin o visitou: quando assumiu o Estado pela última vez, em janeiro de 2015. Conversaram e recebeu um abraço do político. “Doria, você também pode vir, lhe espero de braços abertos.”




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