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‘Eu quero ser candidato a prefeito e pelo PSDB’, afirma Dib
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
11/11/2014 | 07:16
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André Henriques/DGABC


Seis anos depois de deixar o cargo de prefeito de São Bernardo, o hoje deputado federal William Dib (PSDB) anuncia intenção em ser candidato à Prefeitura são-bernardense na eleição de 2016, e seu projeto será conduzido no PSDB, legenda pela qual conquistou mandato na Câmara Federal em 2010 e está filiado desde 2009.

A revelação foi dada em entrevista exclusiva ao Diário e ao Programa Opinião, do DGABC TV, que vai ao ar hoje, às 9h no site www.dgabc.com.br/tv. Dib adianta que já conversa com aliados e debate com setores da sociedade sobre seu retorno às urnas municipais daqui dois anos.

“Teve muita pressão (da população) e muito pedido via rede social. Existe descontentamento com o governo local (de Luiz Marinho, do PT). O tamanho deste descontentamento eu não tenho como medir, não tenho pesquisa. Mas é notório. Estamos começando a conversar com lideranças da cidade para saber se a gente consegue apoio para nossa candidatura a prefeito em 2016”, diz o tucano.

Dib salienta que toda discussão sobre montagem de chapa oposicionista em São Bernardo necessariamente terá digitais do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e não descarta até realização de prévias, já que parte da militância da sigla na cidade vislumbra outros nomes do partido para o pleito de 2016. “Havendo mais de um candidato, a norma do partido é ter prévia. E estou disposto a debater isso. É importante que o partido tenha muitas alternativas.”

Dib também faz balanço da eleição presidencial, na qual Aécio Neves, a quem pediu votos, saiu-se vitorioso no Grande ABC, embora não tenha impedido a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Para o hoje deputado federal, a região não aceitou campanha da mentira pregada pelo petismo.

Como o sr. avalia o desempenho de Aécio Neves (PSDB) no Grande ABC? Quais fatores o sr. aponta como decisivos para vitória dele na região?
Vejo três motivos para o Aécio ter ido bem no Grande ABC. Um que o Grande ABC viu ascensão de protagonistas políticos. Assistiu à criação do PT, à criação da CUT, à criação do próprio líder do PT, o ex-presidente Lula. Houve desgaste natural. O PT tenta tampar a verdade criando mentiras. Difamando as candidaturas. Como aqui a região é politizada, foi mais difícil se criar esse ambiente favorável. O segundo motivo é a liderança do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que é inconteste. Ganhou em todas as cidades exceto uma, no Estado, (caso de Hortolândia, no Interior). Essa liderança que Geraldo Alckmin possui foi também a grande alavanca para o Aécio. O terceiro ponto é a própria candidatura do Aécio, a proposta de falar a realidade, de apresentar propostas, de ter alternativa ao modelo de governo, principalmente ao modelo econômico, que vem se desenvolvendo no nosso País. Nossa região é industrializada, a gente não pode esquecer que a indústria tem papel importante no desenvolvimento econômico do País. Esse desenvolvimento e geração de empregos foram sucateados no governo Dilma. Isso fez com que as pessoas entendessem o que estava acontecendo e o que há de vir.

Como o PSDB vai trabalhar para que a ampla votação de Alckmin e Aécio no Grande ABC seja revertida positivamente ao partido em 2016?
É possível capitalizar. Se não em nome do PSDB, em nome dos aliados. Mas o PSDB com certeza vai, sob liderança do governador, trabalhar com mais afinco na mobilização, crescimento e fortalecimento da sigla na nossa região.

Haverá candidaturas tucanas às prefeituras de todas as cidades da região?
Terá candidaturas na maior parte das cidades. Temos, na prática, até setembro de 2015 para trabalharmos essa questão (prazo estipulado pela Justiça Eleitoral para filiações com vistas ao pleito de 2016). Tenho certeza que teremos um bom quadro para apresentar à sociedade do Grande ABC.

O PSDB já anunciou desejo em ter em seus quadros o ex-prefeito de Ribeirão Pires Clóvis Volpi, hoje no PTB. Esse crescimento partidário passará pela filiação de antigas lideranças locais?
Sim. A gente gostaria de ver no PSDB o ex-prefeito Clóvis Volpi e o ex-prefeito (José de) Auricchio (Júnior, também PTB), de São Caetano, que teve papel importante na coordenação da campanha do governador Geraldo e do Aécio Neves.

O sr. encerra seu mandato no dia 31 de janeiro. Já tem planos para seu futuro político?
O fato de eu não ter saído candidato (à reeleição para deputado federal) não quer dizer que não possa mais sair (brigar por cargo público). Estou estudando, antevendo a possibilidade de sair candidato a prefeito em São Bernardo. Essa é discussão que vai passar pelo PSDB local, não tenho nenhuma pretensão de sair do PSDB, e vamos seguir orientação do governador. Vamos sentir a sociedade, o que ela clama e sente.

A população pediu retorno às urnas daqui dois anos?
Teve muita pressão e muito pedido via rede social. Existe descontentamento com o governo local (de Luiz Marinho, do PT). O tamanho deste descontentamento eu não tenho como medir, não tenho pesquisa. Mas é notório. Estamos começando a conversar com lideranças da cidade para saber se a gente consegue apoio para nossa candidatura a prefeito em 2016.

Essa candidatura precisa percorrer quais pontos, dialogar com quais lideranças, para se efetivar de fato?
Tem de ser estudada, primeiramente com os aliados, não com quem está do lado de lá (do lado petista). Depois é, obviamente, trazer e aglutinar o maior número de forças políticas. Primeiramente é a lição de casa no PSDB. Depois é a questão dos aliados. Vamos procurá-los no tempo oportuno.

O que seria a lição de casa no PSDB local?
É preparar estudo do que realmente acontece neste governo, comparar com dados do nosso governo e nos preparar para o embate. Temos de nos preparar para esse embate. Não só eu, mas nossos aliados. Vamos tentar construir (projeto político) em cima da verdade, diferentemente do nosso adversário. Podemos imaginar a tristeza do povo ao descobrir que a campanha da presidente Dilma (Rousseff, do PT) foi construída em cima da mentira. Todo dia você tem uma nova mentira. Dados sonegados, sobre o que falava que não iria fazer e faz, e assim por diante. Isso depois de 15 dias do processo eleitoral. Imagine nos próximos quatro anos como será triste a realidade brasileira sob a Presidência de uma pessoa que aceita fazer o que faz. O Aécio disse que o diabo ficou com vergonha da campanha adversária.

Sua campanha a prefeito de São Bernardo necessariamente seria pelo PSDB?
Sim. É líquido e certo.

Se houver mais nomes no PSDB dispostos a serem candidatos a prefeito, como será a composição? Pode haver prévias no partido?
Acho que é questão do partido definir. É importante que o partido tenha muitas alternativas. Ninguém está desmerecendo ninguém, tenho o maior respeito por todos que estão no PSDB, e isso é natural do processo democrático. Vamos aguardar o momento oportuno e assim que houver definição vamos colocar a vocês. A ideia é essa. O que vai acontecer é muito cedo para definir. Dois anos são eternidade na política. Havendo mais de um candidato, a norma do partido é ter prévia. E estou disposto a debater isso.

Qual peso o governador terá neste processo?
Com certeza muito, será decisivo. No meu caso, é o peso do governador que vai fazer a diferença.

Há também debate sobre o papel da oposição na eleição de 2016. Além do seu nome e de Orlando Morando (PSDB), comenta-se sobre a possibilidade de o deputado federal eleito Alex Manente (PPS) ser candidato, pulverizando candidaturas com objetivo de enfraquecer o projeto governista. Como será feita essa estratégia? Qual estratégia o sr. defende?
Acho que é cedo para desenhar a estratégia. O normal é haver várias candidaturas. Difícil imaginar a polarização em 2016.

É possível trazer lideranças que eram do seu grupo de apoio e que hoje estão com o prefeito Marinho?
Acho que sim. Não sei quantos nem quem. Mas acho possível. Espero que não estejam contentes (com o prefeito). Tínhamos relação de respeito. Sempre nos pautamos por isso. Nunca atravessamos sobre aspecto ético, moral e democrático. Ouvíamos todos.

O Aécio, em sua primeira metade de mandato, foi muito criticado por não figurar como líder da oposição no Senado. Em seu primeiro discurso, se colocou como protagonista dos contrários à gestão Dilma. Como o sr. acha que será a postura dele no Congresso?
Uma coisa é você ser bem eleito senador em seu Estado. A outra é você ter 51 milhões de votos dos brasileiros. Outra coisa são os apoios. O Aécio só não teve apoio de uma candidatura no segundo turno (Luciana Genro, do Psol). Todos os outros candidatos o apoiaram. A responsabilidade dele como líder da oposição aumentou, não é só do PSDB, é de política nacional.

Agora há dois bons nomes para disputa pela Presidência em 2018 no PSDB?
O partido está fortalecido. Há dois grandes nomes (Aécio e Alckmin). O que vai acontecer vamos ver no futuro.




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