Economia Titulo
Presidente da CUT e ministro batem boca sobre mudança na CLT
Do Diário OnLine
05/10/2001 | 00:31
Compartilhar notícia


A proposta do governo que pretende tornar as negociações entre patrões e sindicatos soberanas em relação à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foi motivo de um bate-boca público nesta quinta-feira entre o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, e o ministro do Trabalho, Francisco Dornelles.

"A CUT é uma central que representa exclusivamente os funcionários públicos, que são uma categoria importante, mas não são regidos pela CLT", disse o ministro. "A CUT se importa com todos os trabalhadores e não faz sindicalismo de negócios", rebateu Felício em uma nota oficial divulgada à tarde.

Dornelles afirmou ainda que "todos os grandes sindicatos", citando o dos metalúrgicos e o da construção civil, estão deixando a CUT "porque ela só se importa com funcionários públicos".

"A CUT reúne os sindicatos mais importantes em termos de representação em todos os ramos da economia, públicos e privados, tem índices maiores de sindicalização e indicadores de representatividade. O Ministro sabe e dispõe destas informações", alega a nota do sindicato.

O ministro acusou a CUT de ser "contra tudo" o que é proposto pelo governo e defendeu a Força Sindical. "A Força Sindical briga com o governo quando é contra, mas se alia quando é alguma coisa favorável aos trabalhadores", disse. "O perigo para os trabalhadores brasileiros não está nos sindicalistas que dizem não, mas naqueles que, em troca de favores oficiais ou patronais, sempre dizem sim", responde a nota da CUT.

O ministro e o presidente da CUT também trocaram farpas quanto aos benefícios que a mudança na soberania da CLT pode trazer aos trabalhadores. Dornelles argumentou que o governo quer fortalecer os sindicatos e as centrais sindicais. A proposta não mexe nos direitos adquiridos na CLT - como férias, licença maternidade e o 13º salário -, mas abre espaço para uma flexibilização na forma da sua concessão.

"O projeto de Lei do governo de alteração da CLT é uma tentativa de acabar com direitos sociais definidos pelo Artigo 7º da Constituição Federal e trabalhadores, sejam metalúrgicos, da construção civil, rurais ou empregadas domésticas, todos estarão com o 13º salário, férias e licença gestante, ameaçados se as propostas do Ministério do Trabalho prosperarem no Congresso Nacional", alerta a nota da CUT.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;