O presidente israelense, Moshé Katzav, iniciou neste domingo consultas entre os principais partidos para designar o encarregado de formar o Governo de coalizão após as eleições legislativas do dia 28 de março. Uma delegação do partido Kadima, vencedor das eleições com 29 deputados entre os 120 do Parlamento, propôs a Katzav que aponte o chefe do partido e atual primeiro-ministro interino, Ehud Olmert.

Já os representantes do Partido Trabalhista, que obteve 20 assentos nas eleições, pediram ao presidente que escolha o líder da sua formação, Amir Peretz.

"Esperamos que Olmert possa formar uma coalizão tão ampla quanto possível. Isto permitirá a reconciliação do povo depois das eleições, assegurando a estabilidade e facilitando a adoção de decisões", declarou ao término do encontro o deputado Ronni Bar-On, do Kadima, que não escondeu o desejo de que a futura coalizão dure até o final da legislatura, em novembro de 2010.

Antes, Shimon Peres, um dos chefes do Kadima, havia ressaltando que o mais importante desta formação seria que Israel avançasse em direção à paz, fixando fronteiras permanentes e podendo instaurar a Justiça social.

O Kadima pretende ocupar a pasta das Finanças. Com este fim, Olmert conversou neste domingo com os dois partidos conservadores, o Shass (12 deputados) e Judaísmo Unificado da Torah (6), que poderiam aderir à sua coalizão com o Partido dos Aposentados.

O secretário-geral do Partido Trabalhista, Eytan Cabel, afirmou para a imprensa depois do encontro com Katzav, que Peretz, ex-dirigente sindical, é a melhor opção para dirigir um Governo por responder às aspirações do eleitorado sobre uma política basicamente social.

A solicitação acontece depois que os israelenses rejeitaram nas eleições a política ultraliberal do ex-ministro das Finanças e chefe do Likud (direita), Benjamin Netanyahu, o grande perdedor do pleito.

Peretz, que reclama o Ministério das Finanças, corre o risco de ter seu pedido a Olmert ignorado. Segundo os analistas, o dirigente trabalhista praticamente não tem qualquer possibilidade de formar Governo. Katzav terá de concluir as consultas com os diferentes partidos até o dia 12 de abril.

O grupo parlamentar do Likud tinha previsto se reunir neste domingo em Tel Aviv para decidir a pessoa que vai propor a Katsav como eventual primeiro-ministro. Se o presidente se decidir finalmente por Olmert, o líder do Kadima terá 28 dias para formar o Governo, mesmo que possa acrescentar a este prazo 14 dias, antes de solicitar o aval do Parlamento para a sua posse.