Economia Titulo
Verduras e legumes dobram de preço
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
27/01/2007 | 17:35
Compartilhar notícia


Os preços das verduras e legumes têm assustado os consumidores do Grande ABC. Alguns produtos mais que dobraram de preço em relação ao ano passado por conta das fortes chuvas de verão acompanhadas de intenso calor, o que provocou muitos prejuízos aos produtores.

Nos supermercados da região, o segmento de hortifrutigranjeiros analisado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) registrou aumento médio de 13,46% neste mês.

No entanto, o que mais surpreendeu foi a alta do tomate e da alface. Estes itens apresentaram reajustes de 50% e 37% nos supermercados, respectivamente, na comparação com dezembro de 2006.

"O que aconteceu este ano foi a antecipação das chuvas, o que fez grande parte dos produtores perderem a produção. Principalmente a qualidade ficou muito comprometida”, explica Joel Diogo de Arruda Guerra, técnico agrícola da Craisa. “O que não ficou comprometido por causa da exposição direta, como a batata, está com dificuldades para ser colhida”, diz.

Na feira do bairro Jardim, em Santo André, feirantes e consumidores reclamam dos preços, mas os profissionais da área explicam que esse é um processo normal que ocorre todo verão. “Todo ano isso ocorre e o preço sobe por causa da lei da oferta e da procura. O produto enfraquece e queima com o sol e a chuva”, conta o feirante Hélio Massaharo Onaga.

O quilo do tomate, por exemplo, dobrou de preço nas últimas semanas. O artigo, que já custou R$ 1 o quilo em meados de 2006, subiu para R$ 3 no meio de janeiro. A alface foi outro item que dobrou de preço e está custando R$ 2.

A feirante Fanny Francis Garcia Zampollo explica que alguns produtos não estão sendo encontrados para venda, e quando o são estão com qualidade ruim para a comercialização. “Com a rúcula só 20% da produção está sendo colhida. O resto estragou. Os brócolis dobraram de preço e está difícil de encontrar, assim como a escarola”, afirma.

Já os preços das frutas estão mantendo estabilidade, mas se as chuvas continuarem, a colheita pode ser comprometida. “A qualidade já mudou. O mamão e a uva devem ser os primeiros a ficarem mais caros se as chuvas continuarem”, conta Edson Luiz Velasque, feirante.

Consumidor - A aposentada Ivone dos Santos, de Santo André, se assustou com os preços das verduras. “Gastava R$ 50 na feira. Agora, com a mesma quantia, deixo de levar muita coisa”, afirma. Ivone tem uma família de vegetarianos e é freqüentadora assídua da feira. “A gente precisa e é obrigado a levar. Mas couve-flor e brócolis sumiram”, diz a consumidora.

A advogada aposentada Inajá Bevilacqua já esperava o aumento de preços. “Todo ano é assim. No entanto, na feira os produtos ainda estão melhores do que no supermercado. Mas pago o preço para não ficar sem.”

Já a empregada doméstica Luzia Maria da Silva, de Mauá, fazia compras para a casa em que trabalha e tem levado menos produtos. “Quase tudo subiu. No tomate já paguei menos de R$ 1,50. Mas como sou eu quem faz a feira, minha patroa nem sabe que o preço aumentou”, conta.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;