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Honda Civic ganha motor vitaminado
Ivan Arasaki
Da Agência Hp Press
16/02/2005 | 16:26
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O mercado nacional mudou bastante desde o início da fabricação do Honda Civic no Brasil. Na época, um dos maiores adversários era o Chevrolet Vectra, então líder incontestável do mercado. Se naquela época o Civic já não tinha vida fácil, hoje a tarefa de contrapor as vendas da concorrência se tornou ainda mais árdua. Para ficar bem na fita do consumidor, a marca acaba de fazer mais um ajuste na linha. A versão intermediária, a LXL, passa a ser equipada também com o motor 1.7 com tecnologia VTEC, que rende 130 cv. Antes, esse propulsor era exclusivo da versão top de linha, a  EX.

O Jornal Veículos avaliou o Civic LXL equipado com transmissão manual, de cinco marchas e preço sugerido de R$ 54.780. Apesar do ganho suplementar de potência (o motor convencional tem 115 cv), o maior prazer não está no desempenho. Rodando com ele por rodovias, o desempenho, embora positivo, não chega a surpreender. Apresenta sim uma boa retomada de velocidade e a suspensão passa a sensação de segurança, embora escape de frente se abusar no ataque às curvas mais fechadas.

Na cidade, contudo, o Honda se comporta como um membro da realeza. Suas linhas se mantêm elegantes e ele roda com maestria e suavidade de condução. O melhor dele aparece nos momentos de tranqüilidade onde se dirige sem pressa nos movimentos. É desta forma que o Civic LXL 1.7 VTEC deve ser aproveitado, e não tentar induzi-lo às atitudes mais esportivas. Mesmo porque não dá para brincar de piloto de corridas com o Civic, que carece de ajustes mais esportivos.

Por mais que a Honda insista em enaltecer o desempenho do motor 1.7, o maior apelo do Civic continua a ser o conforto. Pequenos mimos dedicados ao motorista, como o elogiável apoio para o pé-esquerdo (que tem maior utilidade na versão equipada com câmbio automático), o porta trecos com tampa localizado logo abaixo do CD Player e o ótimo sintonizador de rádio, que permite ao condutor achar a estação favorita ao giro de um botão. Esses detalhes demonstram o quanto este veículo é voltado a quem o conduz, demonstrando uma ergonomia da melhor qualidade.

Isso sem falar no acerto da suspensão, que prioriza a maciez. Andando na ondulada Rua José Odorizzi, no bairro Assunção, em São Bernardo, e em outros trechos similares, o Civic sobreviveu a todos os buracos sem repassar os solavancos aos ocupantes do carro, mesmo a uma velocidade média de 60 km/h – a máxima permitida na via.

Esse ajuste da suspensão e o isolamento da carroceria refletem no baixo nível de ruído, outro fator que merece elogios. Em ponto morto, é praticamente impossível ouvir qualquer som que identifique o funcionamento do motor tamanha  a ausência de barulho e vibrações. Com o aumento progressivo da velocidade, o ruído aumenta, mas não a ponto de incomodar. O único ruído criticável e o gerado pelo sistema de ventilação forçada do ar-condicionado. Já o aparelho de resfriamento em si, é de extrema eficiência, pois mantém o ambiente interno sempre agradável mesmo com quatro passageiros.

Há mais o que destacar. Remanescente do bem resolvido projeto de 2001, o assoalho plano traseiro continua lá, sem o túnel central de reforço do monobloco. Isso reduz substancialmente o incomodo dos passageiros que podem acomodar melhor as pernas, algo que não acontece nos modelos concorrentes. Os bancos revestidos em couro, item de série nas versões LXL e EX, e a sortida lista de equipamentos, são outros atrativos capazes de seduzir possíveis compradores.

Claro que o carro não é perfeito. Existem pequenos defeitos que poderiam ser corrigidos com certa facilidade. Um deles é o incômodo material utilizado na confecção do vidro do quadro de instrumentos. Sob a luz do sol, velocímetro, conta-giros e outros instrumentos ficam praticamente invisíveis. Nada impossível para a Honda resolver. Mesmo que isso implique em aumento de custo, o resultado será muito benéfico.

Já maturado, o Honda Civic, pode-se dizer, dita as regras sobre a composição dos acessórios. Se deseja colocar outro modelo do mesmo segmento na lista de possíveis opções terá que no mínimo empatar nos acessórios de série. O Civic LXL VTEC oferece ar-condicionado, airbag duplo, CD player, direção hidráulica, trio elétrico, ajuste de altura para o volante e banco do motorista, abertura interna do bocal de combustível e porta-malas, além de cintos de segurança com pré-tensionador ELR (Emergency Locking Retractor) nos assentos dianteiros fazem parte do pacote.

Agora, caso considere o Honda Civic LXL com 130 cv na sua lista de  compra, uma dica. Reserve mais R$ 4 mil para pagar pelo sistema de transmissão automático de quatro velocidades. Os benefícios compensam amplamente o investimento, tanto que as unidades equipadas com câmbio automático já são responsáveis pela maior parte de vendas do modelo.

O empresário Jair Carpi, dono do modelo a quatro anos, voltou à loja autorizada para trocar o modelo com câmbio mecânico por um automático em menos de um ano. "Para quem roda as maior parte do tempo no trânsito urbano o sistema automático se paga em poucos meses só pelo conforto que proporciona", comenta. Outra vantagem aparece na hora da revenda. O modelo com câmbio automático desvaloriza menos que o modelo com sistema mecânico, o que indica que o mercado realmente esta preferindo esse tipo de câmbio.



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