Esqueça tudo que já assistiu em relação a novelas no SBT. A trama argentina Lalola, que estreou no canal segunda-feira, às 20h15, é totalmente diferente dos folhetins mexicanos e das montagens brasileiras, com textos vindos do México, que eram exibidos até então.

Pelo menos foi essa a impressão que o primeiro capítulo deixou. Em sua estréia, Lalola ficou na vice-liderança, com 11,41 pontos de média no Ibope. Só perdeu para a Globo, que registrou 36 pontos.

Bem divertida e gostosa de assistir, Lalola prende a atenção do telespectador. O capricho com a edição, com os cenários e as tomadas de câmera diferenciadas deixam a trama mais parecida com um filme ou mesmo com um seriado norte-americano, do que com uma novela. Isso é ponto positivo.

Outro recurso utilizado em Lalola, que é pouco comum nas novelas que costumamos assistir por aqui é a presença do narrador. Uma voz feminina apresentou os personagens e explicou detalhes da trama.

As interpretações exageradas das novelas mexicanas também ficaram de lado. Nossos hermanos são mais contidos ao incorporar os papéis, o que dá mais realismo às cenas.

A atriz Carla Peterson, que interpreta a protagonista, Lola, foi o grande destaque do capítulo de estréia. Engraçada na medida certa, Carla arrancou boas risadas. Ela foi um pouco caricata, mas o papel pede.

Lola é, na verdade, um homem, o editor de uma revista masculina Lalo (Juan Gil Navarro), que teve seu corpo transformado numa silhueta feminina por um feitiço que recebeu de uma namoradinha, Romina (Marcela Kloosterboer), abandonada por ele.

Foram impagáveis as cenas de Lola fingindo ser mulher, tentando se equilibrar sobre o salto alto e deixando escapar frases bizarras como: “Depois (do expediente) a gente sai para a pegação.”

Após os 45 minutos de exibição, o capítulo deixou o telespectador com vontade de assistir o dia seguinte. Espera-se que a trama ainda tenha o que mostrar daqui para frente e não perca o ritmo, pois o primeiro capítulo parece ter contado tudo.

Os próximos capítulos de Lalola vão continuar brincando com as dificuldades de Lalo, no corpo de Lola, viver como uma mulher.

Lola sofrerá preconceito na empresa, cujo staff é machista. Será demitida, depois recontratada.

Lalo consegue encontrar a feiticeira responsável pelo encanto, mas ao vê-lo, a bruxa tem um ataque e morre. Aí também acabam as esperanças de ter novamente seu corpo masculino.

Com o passar dos dias, Lalo vai se acostumando a ser mulher e começa a ter reações femininas. Uma delas é preferir um programa de moda a uma partida de futebol.