Pensar que as doenças de verão restringem-se somente a problemas de pele pode render um grande incômodo. Embora seja conhecida pelas mulheres, é nesta época do ano que a candidíase - patologia ocasionada por um fungo conhecido como cândida, que causa corrimento esbranquiçado - ocorre com mais freqüência. Um dos principais responsáveis é o abafamento da vagina e o suor excessivo.

Segundo o ginecologista e obstetra do Hospital Cristóvão da Gama Salomon Katz, de Santo André, existem 14 tipos de cândida. "É um fungo que todo mundo tem presente no corpo, mas quando a imunidade diminui, prolifera causando um corrimento semelhante a leite coalhado."

O especialista faz um alerta: a cândida se manifesta em 70% das mulheres pelo menos uma vez na vida. Além do corrimento, sintoma mais comum, há também inchaço na vulva, vermelhidão e coceira.

O ginecologista do Hospital e Maternidade Neomater Jorge Naufal, de São Bernardo, acrescenta que, principalmente, as diabéticas têm chances de contrair a candidíase. Segundo ele, isso acontece porque aumenta a concentração de glicose na vagina, o que auxilia na proliferação do fungo.

"Além disso, a higiene tem de ser feita na parte externa e não na interna, porque senão diminui o pH (índice de acidez) da vagina, o que propicia o aumento da cândida", explica.

Infecção - As maneiras de se infectar com a doença são muitas. Katz diz que, além do calor, também existem outros fatores como o uso de calças apertadas, peças de materiais sintéticos, biquínis molhados e toalhas infectadas, entre outros.

Além disso, ele ressalta que se a mulher tem um parceiro sexual fixo e for constatada a doença, o mesmo também tem de se tratar. Caso contrário fica difícil combater ao fungo.

"Se a medicação a ser tomada for via oral, durante o mesmo período o homem também tem de se medicar, já que se torna hospedeiro da cândida. Não adianta dizer que o problema é só da mulher", alerta.

A candidíase, embora não traga maiores conseqüências ao aparelho sexual feminino, causa muito desconforto. Pode ser identificada em exames ginecológicos de rotina, como o conhecido papanicolau e a colposcopia.