O projeto de fusao das duas primeiras praças bursáteis européias, qualificado de ``superbolsa' pela imprensa alema, deve ser examinado esta quarta pelo conselho de vigilância da Bolsa de Londres, depois de ter sido aprovado na última sexta-feira pelo conselho da Deutsche Boerse, segundo os jornais.

O tempo urge, porque os acionistas da companhia das bolsas alemas se reúnem em assembléia geral esta quinta-feira. O projeto de entrada em bolsa da Deutsche Borse será substituído, na ordem do dia da reuniao, pela aliança com Londres.

As praças nao podem evitar uma aliança, principalmente ante a progressao dos custos relacionados com o andamento de sistemas eletrônicos, em Internet, que ameaça levá-las a um curto-circuito, assim como a pressao dos grandes bancos, que estao fartos de utilizar tempo e dinheiro nas dezenas de bolsas com as quais ainda conta o Velho Continente.

Segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung, o conjunto Londres-Frankfurt pesará mais de US$ 4 trilhoes em termos de capitalizaçao bursátil (número de açoes cotadas multiplicado por seu valor), o que significa duas vezes mais que o índice Euronext (agrupamento das bolsas de Paris, Amsterda e Bruxelas).

O índice Euronext, criado no dia 20 de março de 2000, ameaça destronar Frankfurt como segunda praça européia.

Nesse contexto, as duas bolsas superaram os obstáculos sobre os quais tinham tropeçado as negociaçoes há dois anos, graças a um sutil equilíbrio na distribuiçao de capital e competências.

A empresa fundida será repartida em 50% para cada um dos dois sócios, afirma a imprensa.

Londres, onde estará sediada a nova companhia, poderá beneficiar-se também do sistema eletrônico de transaçao de Frankfurt, Xetra.

A Bolsa de Londres teve de enfrentar recentemente vários problemas técnicos.

A adoçao de Xetra coroa a estratégia do ambicioso presidente da sociedade de bolsas alemas, Wernes Seifert, para levar Frankfurt às primeiras filas das praças financeiras européias.