Os parlamentares israelenses demonstraram pouca emoçao durante o discurso de Rau, aplaudiram o final da sessao e se puseram de pé apenas em sinal de respeito, quando o presidente deixou o recinto.
Vários parlamentares,no entanto,em sinal de protesto, nao assistiram ao encontro. Entre eles está Danny Naveh, do partido de oposiçao Likud, cujos pais sobreviveram ao genocídio nazista.
O presidente do Parlamento Avraham Burg, cujo pai fugiu de Berlim em 1939, entre outros, esclareceram que ficaram impressionados ao ouvir a língua alema no Knesset (Parlamento unicameral israelense), apesar de Burg ter declarado inicialmente que ``o importante nao é o idioma utilizado e sim a pessoa que o utiliza (...) e Rau é o melhor amigo de Israel na Alemanha', numa tentativa de acalmar os ânimos na abertura da sessao.
O presidente alemao ainda assegurou que jamais permitirao "que a xenofobia, o racismo e o nacionalismo se instalem de novo na Europa", referindo-se à entrada da extrema-direita no governo de coalizao com os conservadores na Austria, a qual nao nomeou diretamente. A Europa nao permitirá que ``um de seus membros coloque em dúvida sua natureza de comunidade de valores baseada nos princípios de liberdade, democracia, respeito aos direitos humanos e das liberdades fundamentais e o conceito de Estado de direito'.
O ex-presidente do Parlamento Shevah Weiss, que acompanhou Rau em uma visita ao local de recordaçao Yad Vashem, construído em memória das vítimas das matanças nazistas, contou que a primeira palavra alema que ouviu em sua vida foi 'achtung`` (atençao), quando as tropas alemaes saquearam os judeus no gueto de Varsóvia. 'Era a língua do diabo e também dos intelectuais``, disse Weiss, para quem os legisladores nao deveriam boicotar Rau.
Cerca seis milhoes de judeus foram massacrados na Europa pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, uma tragédia que deu origem diretamente a criaçao do Estado de Israel, em 1948.
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