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Dólar fecha em alta; BC não consegue rolar dívida
Do Diário OnLine
21/10/2002 | 21:21
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O dólar comercial encerrou os negócios desta segunda-feira com alta de 1,03%, cotado a R$ 3,91 para venda, diante da tentativa fracassada do Banco Central de rolar uma dívida pública de US$ 1,1 bilhão que vence na próxima quarta. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o pregão com valorização de 1,16%, aos 9.128 pontos.

A pressão sobre a moeda americana foi verificada durante todo o dia, principalmente por conta da dívida. No início da tarde, a autoridade monetária promoveu duas tentativas de alongar o vencimento de parte do US$ 1,1 bilhão em papéis cambiais, mas não aceitou nenhuma das propostas feitas pelo mercado por considerar as taxas de remuneração pedidas pelos bancos muito altas.

Nos dias que antecedem o vencimento de dívidas como esta é comum verificar uma pressão maior sobre a taxa de câmbio. Isso acontece porque os títulos que compõem esse débito são reajustados com base na média de cotações do dólar (Ptax) do dia anterior ao resgate. Por essa razão, quanto maior for o valor da moeda americana, mais os bancos que detêm tais títulos lucrarão com eles.

O Banco Central chegou a promover duas intervenções no mercado cambial nesta segunda-feira, por meio da venda à vista de dólares, mas as operações não conseguiram conter a escalada das cotações. Além da rolagem da dívida, o dia foi marcado pela expectativa eleitoral, já que esta é a última semana da campanha presidencial.

Os investidores também atuaram com cautela diante da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que terá início nesta terça-feira, na qual será decidido o rumo da taxa básica de juros da economia, a Selic. Na semana passada, em reunião extraordinária, o comitê decidiu elevá-la de 18% para 21% ao ano, na tentativa de contar a inflação.

Bovespa - Foi o terceiro dia consecutivo de alta na Bolsa de Valores de São Paulo. Nesta segunda, o Ibovespa foi influenciado pelo desempenho positivo das bolsas norte-americanas: Dow Jones subiu 2,57%, enquanto Nasdaq registrou valorização de 1,69%. Com este resultado, o índice acumula ganhos de 5,8% no mês, mas no ano as perdas ainda são de 32,7%.

Risco-país - A taxa que mede a desconfiança dos investidores estrangeiros na capacidade de o Brasil honrar seus compromissos encerrou o dia com avanço de 1,17%, aos 1.988 pontos. Já o C-Bond, principal título da dívida externa brasileira negociado no mercado internacional, subiu 0,70% e foi vendido a 53,54% de seu valor de face.




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