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Carreatas e discursos contra Bolsonaro movimentam o Dia do Trabalho na região

Pedidos de vacina e doação de alimentos completam a tônica dos atos nas ruas neste feriado

Francisco Lacerda
Diário do Grande ABC
01/05/2021 | 13:51
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Adonis Guerra?SMABC


O Dia do Trabalho, comemorado neste sábado, o segundo na pandemia, foi marcado por carreatas, buzinaço e discursos inflamados contra Bolsonaro pelas ruas da região. Os tradicionais protestos deram lugar a atividades organizadas pelas centrais sindicais com intuito de evitar aglomerações e seguir protocolos de combate ao agravamento da crise sanitária que assola o mundo.

Pela manhã, em ato com participação de manifestantes e centrais sindicais que partiu do Estádio 1º de Maio, em São Bernardo, em direção à Praça da Moça, na vizinha Diadema, líderes sindicais se revezavam sobre o caminhão de som, acompanhado por fileira com cerca de 200 veículos. Discursos pelo afastamento de Bolsonaro e pedidos de doação de mantimentos, além de “vacina para todos”, melhores condições de trabalho e de salários e contra e encerramento de atividades pelos comércios devido à pandemia, foram a tônica da atividade.

Para Claudionor Vieira (na foto, ao microfone), vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, este 1º de maio é dia de luta e reflexão para a classe trabalhadora. O sindicalista ressalta a necessidade de vacinação e diz não acreditar que ainda existam pessoas que “achem normal” que no Brasil já tenha ocorrido a morte de mais de 400 mil pessoas por causa da Covid-19, que só aconteceu, diz, devido à “negligência do governo federal”. “Não adianta se preocuparem apenas com economia e não em salvar vidas, porque a economia só vai voltar a crescer quando tiver vacinas a todos. Aquele que está no papel de presidente da República tem em suas mãos sangue das vítimas da Covid, porque tem sido negligente e irresponsável, defendendo práticas condenadas no mundo inteiro e falando mal da vacina. O que está acontecendo em nosso País já foi longe demais.”

Almir Rogério, presidente do Sindsaúde ABC e e diretor da Central Única dos trabalhadores, também subiu o tom contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a quem classificou como “genocida”. “Estamos na luta pelo ''''fora, Bolsonaro'''', governo negacionista, genocida, porque queremos sociedade mais justa, mais igualitária e melhores condições de trabalho.”

José de Filippi Júnior (PT - na foto, à direita), prefeito de Diadema, recebeu a carreata na Praça da Moça, que, sobre o caminhão do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ''''renomeou'''' como “Praça da Moça Trabalhadora”. Disse que o ato é em homenagem aos milhões de trabalhadores que ajudaram a construir o Brasil. Segundo o petista, é preciso recuperar o emprego neste “momento é de emergência”. “Culpa deste presidente, que não representa a Nação brasileira, que levou milhões ao desemprego. Lutamos pela defesa da vida, queremos vacinas já, auxílio já. Não queremos presidente genocida. Fora, Bolsonaro.”

Também houve ato da subsede da CUT (Central Única dos Trabalhadores) em Santo André e outro em Rio Grande da Serra, com ambos seguindo até a Avenida Portugal, em Mauá. Tanto em solo mauaense quando no diademense houve drive-thru para arrecadação de alimentos. 

Para Dom Pedro, trabalhar promove justiça social e traz paz civil

A missa pelo Dia do Trabalhador feita pelo bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, na Igreja Matriz de São Bernardo, foi momento de reflexão sobre a importância do trabalho na sociedade. “A doutrina social da Igreja Católica mostra a necessidade de se reconhecer que o trabalho humano é condição indispensável para a promoção da justiça social e da paz civil. Sem trabalho não há dignidade para as famílias”, discursou Dom Pedro. “O trabalho é útil e necessário para formar e manter uma família, para efetivar o direito à propriedade e oferecer contribuição na promoção do bem comum. O desemprego é um problema que desafia principalmente o Estado a promover adequadas políticas públicas capazes de gerar trabalho, em vista do bem comum”, emendou.

Celebrada desde 1980 no dia 1º de maio, a missa dos trabalhadores em 2021 aconteceu de forma presencial (até 25% da capacidade da igreja) seguindo as medidas sanitárias. Houve também transmissão pelas redes sociais. No altar, a imagem de São José Operário representa toda a luta dos trabalhadores. 




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