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Governo supera crise em 3 semanas, diz Luizinho
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
04/06/2005 | 08:15
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O deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), de Santo André, revelou nesta sexta a expectativa de que o bloco de apoio ao governo Lula na Câmara consiga, em "três ou quatro semanas" desmobilizar a tentativa de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Iquérito) proposta pelos partidos de oposição para investigar denúncias de corrupção nos Correios. Professor Luizinho participou da reunião com o presidente Lula que terminou na madrugada desta sexta. Ele contou que o presidente estava descontraído e não tratou da CPI como principal pauta do dia. "O encontro foi mais para discutir a relação do governo com os líderes dos partidos aliados", disse Luizinho. Ele garantiu que o presidente não comentou reforma no ministério. "O presidente tem dito que não fala desse assunto com mais de duas pessoas, porque senão, vaza."

O governo encontrou a fórmula para responder aos ataques da oposição dentro da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que analisa o pedido de CPI. Luizinho afirma que a estratégia será comparar os pareceres que foram dados pela CCJ a pedidos de CPI formulados pela oposição, inclusive o PT, quando Fernando Henrique Cardoso ocupava o Palácio do Planalto. A idéia é estabelecer um choque de pareceres. Para o pedido de CPI agora terá de haver o mesmo tratamento dispensado aos pedidos de CPI que chegaram ao Congresso na gestão anterior. Naquela época, afirma Luizinho, diversos requerimentos foram arquivados sob o pretexto de que eram genéricos - argumento que o PSDB, e o PFl, agora na oposição, tenta refutar.

Luizinho afirmou que o PT pode defender o arquivamento da CPI porque a Polícia Federal e o Ministério Público atuam no caso. Além disso, alegou que o atual procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, tem dado sinais veementes de independência em relação ao governo. Foi uma menção às cobranças de Fonteles sobre o posicionamento do Palácio do Planalto enquanto são investigadas suspeitas sobre o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles e do ministro da Previdência, Romero Jucá. Em contrapartida, segundo o parlamentar, durante o governo Fernando Henrique a ação da Polícia Federal era limitada pelo baixo número de agentes e o procurador-geral da República tinha atuação discreta. "Naquela época, o PT exigia a saída de ministros porque não tinha gente no Ministério Público como o Cláudio Fonteles".

Voz ativa do governo dentro da Câmara, Luizinho afirma que o PSDB - principal partido de oposição - precisa da instalação da CPI para firmar o discurso contra o governo Lula. Isso porque, segundo Luizinho, os tucanos perdem na comparação entre os dois governos "em todos os campos, principalmente no campo econômico". Luizinho reconhece entretanto que o Planalto e o PT perderam batalhas importantes no campo político durante o primeiro trimestre, mas ressalta que o impacto dessas turbulências será atenuado em médio prazo enquanto o governo mantém a estabilidade econômica combinada com crescimento contínuo.




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