Duas semanas depois de encerrar as atividades na planta de São Bernardo, a Ford comunicou ontem o Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí a demissão de 35 funcionários do campo de provas instalado há quatro décadas na cidade do Interior.

A categoria reclamou que as dispensas foram feitas por telefone e que, na próxima semana, outros desligamentos serão efetuados.

Tanto que foi convocada reunião para segunda-feira, em Campinas, para tratar do assunto. O Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí já mobiliza greve a partir de quinta-feira – com atos de desagravo aos demitidos.

Na semana passada, o Diário mostrou que a Ford cogitava terminar com as atividades do campo de provas, uma vez que o objetivo era terceirizar o espaço a uma outra empresa e permitir que outras montadoras façam os testes no estabelecimento.

Inaugurado há 41 anos e o maior do segmento na América Latina, o pátio acolhe 215 trabalhadores. O sindicato relatou que a Ford já havia comunicado excedente de 110 profissionais. O presidente da entidade, Ronaldo Mota, comentou ao Diário que a média salarial da filial gira em torno de R$ 8.000 a R$ 12 mil porque a maioria dos funcionários é composta por engenheiros, supervisores, técnicos e mecânicos de teste.

“A Ford iniciou o processo de demissão, já demitiu o segundo turno hoje (ontem) e, por telefone, está dando aviso aos restantes. Na semana que vem, dispensa o restante. Esta e a consideração que a companhia tem com os funcionários, que carregaram a Ford nas costas por 20, 30 e até mais de 40 anos. Ato de desrespeito”, disse Mota.

A equipe do Diário não localizou responsáveis pela Ford para comentar o caso. Na semana passada, quando foi ventilada a possibilidade de fechar o campo de provas, a montadora norte-americana não se pronunciou.