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Cincinato desiste de pedir Comissão de Ética
Havolene Valinhos
Do Diário do Grande ABC
11/01/2011 | 07:06
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DGABC/Arquivo


Após esbravejar pela necessidade de se criar Comissão de Ética na Câmara de Mauá, o vereador Cincinato Freire (PSDC) desistiu da ideia. Na ocasião, durante discurso moral que o parlamentar desferiu contra o vereador oposicionista Manoel Lopes (DEM), levantou a questão do Legislativo mauaense repensar sua postura, inclusive a quebra de decoro parlamentar. Ele se referia naquele momento à situação vivida com o par democrata.

Em uma manobra política, Manoel esperou que a sessão se esvaziasse para apresentar requerimento. "Esperei que ficassem cinco vereadores de cada lado (oposição e situação - no total são 17). Uma vez que o presidente não pode votar, ganhei a votação. Alguns acharam que não agi corretamente, mas estava dentro da lei, baseado no artigo 155 do regimento interno."

A bronca de Cincinato é que estava fora do plenário e ao retornar para a votação com o aliado Osvanir Carlos Estela, o Ivan (PSB), já era tarde.

Foi então que Cincinato proferiu na tribuna em tom ríspido e exaltado palavras ofensivas contra o democrata. Dois meses depois do episódio e mais calmo, o democrata-cristão afirmou que o ocorrido ficou no passado. "O problema com Manoel já foi resolvido. Tivemos reunião interna e fizemos atestado de conduta. Esse é um caso encerrado para mim."

Cincinato definiu como "atestado de conduta" o uso mais frequente do bom-senso pelos vereadores. "Houve avanço. É importante ter disputa de opiniões, mas com respeito como sempre aconteceu aqui. Por isso, não vejo necessidade de criar Comissão de Ética. É um assunto morto."

Durante a eleição da mesa diretora no último mês, o nome de Cincinato foi indicado pela bancada governista para ocupar a cadeira de 3º secretário. Mesmo sendo escolhido para o cargo é corrente nos bastidores da Casa de que a cadeira pode ficar parte das sessões vazia, uma vez que o vereador entra e sai do plenário inúmeras vezes.

IMBRÓGLIO

Em 2006, Cincinato pediu demissão do cargo de secretário de Saúde de Mauá. O fato ocorreu pouco depois do Diário ter publicado que seu nome constava num caderno contábil de líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), encontrado pela polícia. No inquérito, investigador localizou lançamentos de supostos pagamentos a Cincinato, de R$ 3.828, com data de 4 de janeiro de 2005. À época, Cincinato justificou as anotações dizendo que era um pagamento de conta de abastecimento. "Eu comprei gasolina para mim, minha mulher e pessoas de meu gabinete." Ele frisou que não tinha qualquer relação com a facção. "Nunca tive nada com o PCC. O fato de eu conhecer alguém não significa que eu participe de uma coisa criminosa", argumentou. (HV)




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