No último sábado foi comemorado o Dia das Águas e, quando o assunto é este elemento que ocupa mais de dois terços do nosso planeta, não há como deixar de remeter a lembrança à mineira São Lourenço, localizada a 286 km da capital paulista. Apesar de pequena – está entre os menores municípios do país, com apenas 57,9 km² de extensão –, a cidade é considerada uma das maiores estâncias hidrominerais brasileiras, com seis fontes de água mineral, duas alcalinas, uma gasosa e outras com alto teor de magnésio, ferro e enxofre (sulfurosa).

Desde quando foi descoberto o poder de cura de suas águas, a cidade ganhou fama e cresceu para o turismo a olhos vistos. Mas também guarda um lado invisível, que só alguns poucos místicos conseguem enxergar. Entre eles os eubiotas, que fincaram sede em São Lourenço para facilitar o diálogo com seres extraterrestres que, dizem, costumam aterrissar na região em seus discos voadores.

Mistérios à parte, de comprovado só mesmo as propriedades terapêuticas e revitalizantes de suas fontes, indicadas ao tratamento de uma série de doenças reumáticas, do aparelho digestivo e de pele, entre outras. A maior parte das fontes concentra-se no chamado Parque das Águas (0XX35 3332-3066), principal ponto turístico da cidade, onde os visitantes contam com banhos, duchas, limpeza e hidratação de pele, massagens e sauna, com preços a partir de R$ 5,50. A área verde possui sete fontes, além de um lago com pedalinhos e pista de cooper. Junto do parque, também pode-se contratar uma charrete para fazer passeios locais.

As diferentes formas de locomoção são, aliás, uma das características marcantes dos passeios em São Lourenço. Uma maria-fumaça batizada de Trem das Águas, por exemplo, realiza passeios de duas horas até Soledade de Minas, margeando o rio Verde, com direito a apresentações de música. A locomotiva de 1925, movida a vapor, parte da praça Ismael de Souza aos sábados, domingos e feriados. Na chegada a Soledade de Minas, pode-se visitar um pequeno museu ferroviário.

Outras opções são o teleférico de 800 m de extensão que leva ao mirante do Cruzeiro, também aos fins de semana; e, logo ao lado, os passeios de chalana pelo rio Verde.

Os amantes de aventura também encontram um leque fértil de opções em alguns recantos da serra, onde se pode praticar atividades como rapel, rafting, trekking, escalada, bóia-cross e cavalgadas, entre outros.

Para quem prefere roteiros culturais, também vale visitar o Memorial Tancredo Neves, com retratos de todos os presidentes do país, e a Fundação Cima’s (0XX35 3331-2000), entidade assistencial mantida pelo laboratório de ervas medicinais do naturalista Elias Cima. Um de seus pacientes, o famoso pintor catalão Salvador Dalí (1904-1989), presenteou a instituição com uma coleção de litogravuras, objetos pessoais, duas telas originais e mais de 300 fotos suas.

E antes de ir embora da cidade, não deixe de dar uma passadinha no Caminho do Artesanato, situado no bairro de Nossa Senhora de Lourdes. Lá, tem de tudo um pouco: os artesãos confeccionam desde frutas de madeira até tapetes de tear, e ainda pode-se levar de lembrança um exemplar das tradicionais malhas da Aldeia Vila Verde.