Política Titulo Licitação
Transbraçal aparece em suposto esquema

Denúncia coloca empresa que atua no Grande ABC em eventual conluio para vencer certame da prefeitura de S.Paulo

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
06/08/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


A TB Serviços, Transporte, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda, antiga Transbraçal, é suspeita de ter praticado conluio em licitação que envolveu contrato de R$ 11,7 milhões mensais com a prefeitura da Capital. A empresa arrematou o lote 4 dos 18 em leilão para contratação de serviços de limpeza e conservação de escolas e dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) de São Paulo.

De acordo com denúncia do jornal O Estado de S.Paulo, o resultado era conhecido 11 dias antes da finalização do pregão e publicação no Diário Oficial. A informação foi encaminhada ao jornal no dia 25, uma hora e 30 minutos antes do início do certame, por e-mail, e confirmada por telefonema anônimo. Os dados foram registrados em cartório e repassados ao MPE (Ministério Público Estadual), que, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social, irá instaurar inquérito civil para apurar o caso.

A denúncia afirmou que arrematariam os lotes, em sequência, as empresas G4S Interativa, TB Serviços, Transporte, Limpeza, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda, Tejofran, Comatic, Guima, Gocil, Paíneiras, EPS – Paulista, Demax, Qualitécnica, Cor Line, Alternativa. Já os lotes 13 e 14 pela Monte Azul, os 15, 16 e 18 pela California e o 17 pela Whiteness.

As 15 companhias citadas aparecem na lista de vencedoras publicada dia 2 no Diário Oficial. A ordem foi correta em sete dos 18 lotes – 1, 6, 7, 8, 11, 12, 14.

A Secretaria de Educação da Capital, responsável pela licitação dos serviços, alegou ao jornal que pedirá investigação da Controladoria-Geral do Município e, caso seja comprovada a combinação de resultados, caracterizando cartel, vai anular o leilão.

SUSPENSÃO
Antes da divulgação do resultado, a Secretaria de Educação já havia suspendido o certame a pedido do TCM (Tribunal de Contas do Município). A Corte questionou o fato de o pregão ter sido marcado para data de ponto facultativo na cidade, dia de jogo da Seleção Brasileira pela Copa do Mundo. O tribunal também solicitou informações sobre a destinação de resíduos de limpeza e normas técnicas para itens de higiene.

REGIÃO
A empresa detém contratos com a Prefeitura de São Caetano que consomem R$ 24,4 milhões ao ano. O vínculo com a companhia tem sido renovado por mais de uma década, mesmo com mudança de administrações. A TB é responsável por fornecer mão de obra para serviços como limpeza, manutenção e até aluguel de veículos.
Quando o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) tomou posse, em janeiro de 2013, disse ter herdado dívida de R$ 88 milhões com a TB, além de precatórios com a empresa que giravam em torno de R$ 65 milhões. O Diário não localizou representantes da TB para comentar o caso.  




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