Política Titulo CPI dos Palhaços
Oposição pressiona para evitar fim precoce de CPI
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/11/2011 | 07:00
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A bancada de oposição em Santo André, composta por seis vereadores do PT, usou a tribuna da Câmara ontem para pressionar a base de sustentação do governo Aidan Ravin (PTB) a evitar o fim das investigações da CPI dos Palhaços, instaurada na Casa para apurar possíveis irregularidades na contração, sem licitação, da empresa Produz Eventos e Produções Artísticas.

Os petistas iniciaram movimento para deixar os governistas na defensiva. E parece que deu certo. O relator da comissão, Gilberto do Primavera (PTB), defendeu que nada está definido em relação a iniciar a elaboração do relatório a partir do encontro oficial de amanhã, menos de dois meses depois da instalação da CPI. "A averiguação está em andamento, não foi esquecida. Talvez possam ser convocadas algumas pessoas (envolvidas no caso). Seria irresponsável da minha parte fazer relatório mentiroso", disse o petebista, ao salientar que, por enquanto, não viu nada de irregular nos contratos.

São 17 convênios entre a Prefeitura com a Produz. Entre eles, um contrato de R$ 165 mil para 80 apresentações de palhaços nos centros educacionais da cidade.

Único integrante da oposição, o vereador Tiago Nogueira (PT) reconheceu que a postura da bancada se deu para criar clima de constrangimento na base. "A CPI está recheada de erros e omissões. Há subcontratação de empresas, relação de parentesco e superfaturamento. Antes demorou para iniciar (a Justiça obrigou a instaurar), agora querem acelerar e encerrar antes do recesso para impedir desgaste ao governo em 2012, ano eleitoral." A ligação é entre Daniel de Moraes Salvo, primo do secretário de Cultura, Edson Salvo Melo, amigo do dono da Produz, Thiago Pinheiro Augusto. "Estão ameaçando entrar com processo. É blefe. Vou até as últimas consequências."

O aviso de eventual ação partiu do presidente da CPI, Marcos Cortez (PSDB). O tucano alegou que com o fim da investigação o petista terá que provar na Justiça as suas declarações sobre as ilegalidades e frisou que a apuração está em curso. "O vereador (Tiago) quer palanque político. Demos uma semana para todos os integrantes analisarem os contratos. Agora, se ninguém apresentar nada contundente, vamos encaminhar para as mãos do relator, porém sem atropelamentos."




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