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Jornal francês ironiza decisão do Itamaraty
22/01/2005 | 15:21
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O jornal francês “Le Figaro” estampou na primeira página, na segunda-feira, um irônico artigo sobre a decisão do Ministério das Relações Exteriores de acabar com o caráter eliminatório da prova de inglês no concurso para diplomatas. Escrito pela jornalista Véziane de Vezins, colunista que costuma escrever textos graciosos e venenosos sobre temas que lhe despertam a atenção, o artigo menciona que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, “sem rir e em português”, justificou que o exame eliminatório de inglês era um “fator elitista”.

“Os brasileiros têm religião. Eles sabem que, no princípio, era o Verbo. Ou, para os agnósticos radicais, a palavra. O resto não é mais que literatura. É por isso que o governo de Brasília decidiu derrubar a América de seu pedestal atacando pelas raízes”, diz Véziane no escrito, roçando a célebre frase “o Brasil não é um país sério”, atribuída ao líder máximo francês no pós-guerra, Charles de Gaule, apesar das dúvidas sobre a autoria.

“A França, por puro masoquismo, fez o caminho inverso: a antiga linguagem da diplomacia (o francês) acabou para admitir que o inglês é uma matéria certamente impronunciável, mas bem real”, completa.

O ponto máximo da ironia, no artigo, está na sugestão da jornalista para que, em nome da igualdade de oportunidades, os cidadãos franceses peçam que o tártaro-mongol ou qualquer idioma tribal se torne o primeiro idioma do Quai d’Orsay, a chanceleria da França.



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