Depois de perder a eleição para presidir o Legislativo de São Bernardo no último minuto em 2011, o vereador Tião Mateus (PT) obteve a redenção com as bençãos do prefeito Luiz Marinho (PT), que participou ativamente da articulação política para evitar as investidas da oposição sobre os partidos da base aliada. O sucesso, porém, só veio à tona com alterações na chapa governista firmadas às vésperas da disputa.

A articulação promovida pelo petista atravessou o Natal e se estendeu até 31 de dezembro, véspera do pleito na Câmara. Nesse período, Marinho teve que lidar com a resistência do PCdoB, que cogitou lançar o vereador José Walter Tavares na concorrência.

Vencida a resistência dos comunistas, a chapa governista caminhava para a vitória, com Tavares postulante a vice, Mauro Miaguti (DEM) primeiro secretário e Rafael Demarchi (PSD) como segundo secretário.

Tavares não queria exercer o papel de segundo presidente e optou por ficar com o comando da comissão permanente de Finanças e Orçamento. Com o novo impasse, Fábio Landi (PSD) foi indicado para ocupar a vaga, mas para evitar que os peessedistas tivessem duas cadeiras na mesa diretora, Gilberto França foi indicado às pressas para assumir o espaço de Rafael Demarchi.

Para evitar insatisfação, Rafael foi designado como líder da legenda no Legislativo. Nos bastidores comenta-se que ele terá apoio de Marinho para disputar assento na Assembleia Legislativa em 2014.

Já Miaguti abriu mão de assumir a Pasta de Desenvolvimento Econômico, que deve permanecer no comando de Jefferson da Conceição.

Vereador mais votado da cidade em outubro com 6.844 sufrágios, Tião era candidato natural do PT na eleição da mesa diretora. Mas o fracasso do pleito anterior colocou a indicação do parlamentar em xeque. À ocasião, falha na articulação governista resultou na criação do G5 - bloco formado por cinco parlamentares que tinha postura independente na Câmara. O grupo foi o fiel da balança para a então vitória do opositor Hiroyuki Minami (PSDB) para a presidência.

Reeleito no primeiro turno, com 261.339 votos (65,79% dos válidos) e contando com o apoio de 20 dos 28 parlamentares eleitos em 7 de outubro, Marinho voltou sua atenção para o Legislativo. Primeiro, ratificou Tião Mateus a disputar novamente o comando da Casa.

O posto era cobiçado pelos petistas José Cloves da Silva, José Ferreira e Paulo Dias. Mas pesou favoravelmente a Tião Mateus o fato de ter sido o campeão de votos do pleito e o apoio da alta cúpula da legenda.

VITÓRIA FOLGADA

Aparadas as arestas, Tião foi eleito com folga com 20 votos contra seis adesões de Pery Cartola (PPS). Alegando independência, os tucanos lançaram Juarez Tudo Azul, candidato de última hora, que obteve apenas dois votos.