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Dinheiro de assassinato de juiz foi depositado em banco
Do Diário do Grande ABC
22/10/1999 | 18:52
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A Polícia Federal (PF) confirmou nesta sexta-feira que a conta bancária aberta no Banco de Fomento, em Pedro Juan Cabalero, no Paraguai, foi usada para depositar parte do dinheiro pelo pagamento do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral.

A conta está em nome de Perla Vichini Beatriz Peralta, nome falso que a ex-assessora de Amaral Beatriz Arias usou para abrir a conta e fazer um depósito de R$ 35,5 mil em agosto. "Já temos quase certeza que essa conta faz parte do crime", disse o superintendente da PF no Mato Grosso, Claúdio Luiz da Rosa. "Pelo que ela ganha no Fórum Cível de Cuiabá, teria de trabalhar vários anos sem gastar nada para juntar todo esse dinheiro."

A Polícia Internacional (Interpol) e a PF tentam prender o tio de Beatriz, o taxista Marcos Peralta, que viajou com o juiz para Ponta Pora (MS), os traficantes Marcos e Fábio Guerra, com quem Amaral teria se encontrado no Paraguai, e Félix Paniágua, dono da arma usada no crime. O advogado de Beatriz, Samir Hammoud, foi solto nesta sexta por meio de um habeas-corpus. O irmao de Beatriz Joamildo Aparecido Barbosa Arias e o marido dela, Pedro Borgarim Paniágua, continuam presos na sede da PF em Cuiabá. Os três foram presos ontem (21), após sacar R$ 22 mil, o equivalente a 42 milhoes de guaranis (moeda paraguaia), no Banco de Fomento.

O superintendente da PF sustenta que o dinheiro é produto do crime. O advogado de Beatriz alegou que o dinheiro sacado era parte do pagamento dos honorários. A PF desmentiu-o porque, na semana passada, ele disse em depoimento que estava fazendo a defesa da cliente gratuitamente.

A prisao de Hammoud gerou uma nova crise entre a PF e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O presidente da entidade, Reginaldo Castro, ligou nesta sexta para o juiz federal Jeferson Schneider - que decretou a prisao do advogado - protestando contra a detençao "arbitrária" de Hammoud.




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