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Mutilaçoes para fraudar seguros sao prática conhecida
Do Diário do Grande ABC
09/10/1999 | 14:36
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Mutilar o próprio corpo para receber o dinheiro do seguro, como fez o gerente de vendas Sebastiao José Rodrigues - que cortou a mao e parte do antebraço depois de comprar três apólices - é uma prática que vem merecendo a atençao das seguradoras.

As empresas calculam que 20% dos casos de reclamaçao de segurados sao fraudes ou tentativas de fraude. "O índice cresce em tempos de crise", comenta Valter Hime, vice-presidente de Seguros Pessoais da Real Seguros.

As fraudes, segundo ele, ocorrem principalmente no segmento de veículos e seguro-saúde. Mas há vários outros casos de fraude em seguros de vida. Os segurados simulam acidentes e chegam a cortar a mao ou os dedos e até a se matar.

Em 1996, um paulista enforcou-se para tentar beneficiar sua família com a indenizaçao, desconhecendo o fato de que os suicídios nao sao passíveis de indenizaçao. Em Belo Horizonte, um segurado responde a processo por estelionato: ele cortou quatro dedos da mao esquerda depois de ter comprado dez apólices.

No interior de Minas, também foi registrado o caso de um comerciante endividado que cortou os próprios dedos da mao esquerda." Geralmente esse tipo de fraude ocorre com a mao esquerda", comenta Hime, da Real Seguros. "As pessoas nao sabem que as seguradoras têm profissionais para investigar casos suspeitos."

Ele conta que as investigaçoes nem sempre sao bem aceitas por familiares de segurados, principalmente em casos de morte. Recentemente, a seguradora descobriu no Rio de Janeiro um caso de falso óbito. O segurado simulou a própria morte e comprou um cadáver para ser enterrado em seu lugar.

Na área da saúde, um segurado acabou enfrentando problemas ao internar a amante com a carteira de saúde da esposa. A seguradora enviou um cartao de felicitaçoes pelo nascimento do bebê para a casa do segurado, o que chamou a atençao da mulher. Ele nao recebeu o dinheiro e arruinou o casamento.




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