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Fiesp prepara representação no Grande ABC
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
10/11/2004 | 10:04
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A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) terá um grupo de representação no Grande ABC a partir de janeiro totalmente dissociado das diretorias municipais dos Ciesps (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo). A articulação já está em andamento, encabeçada por empresários ligados a Paulo Skaf, presidente da federação. O Grande ABC pode ser a primeira região a possuir um sistema de representação direta da Fiesp, cujo modelo poderá ser estendido a outros pontos do Estado de São Paulo.

A organização regional da Fiesp funcionará separadamente das diretorias do Ciesp. A criação da diretoria paralela é reflexo do divisão na eleição do sistema de representação da indústria, que gerou pela primeira vez um presidente para o Ciesp (Cláudio Vaz) e outro para a Fiesp (Paulo Skaf). Vaz, informado nesta terça sobre as intenções do grupo ligado à Fiesp, não se manifestou sobre a questão.

Os empresários Nelson Tadeu Pereira - que apoiava Skaf e que chegou a criar uma chapa de oposição à diretoria do Ciesp de Santo André - e Hermes Soncini, diretor da Fiesp e secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo, são os dois principais coordenadores desse projeto.

"É interesse da Fiesp formar grupos de empresários no Grande ABC que tenham atuação direta em sua estrutura. Hoje o Ciesp é uma entidade separada da Fiesp, desde que houve a eleição, e não podemos esperar por sua atuação, simplesmente", afirmou Soncini.

O Ciesp possui atualmente quatro diretorias regionais no Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema. A organização proposta pela Fiesp também prevê representação municipal, com grupos que podem ter até 30 empresários.

Soncini acredita que a representação regional da Fiesp já estava prevista na plataforma eleitoral de Paulo Skaf. "Sua eleição já contava com uma participação mais forte dentro do Estado de São Paulo", afirmou.

Antes mesmo do pleito no sistema de representação da indústria, Paulo Skaf já previa a presença regional da Fiesp. Em entrevista à revista Livre Mercado, do Grupo Diário, na edição de agosto, Skaf já demonstrava sua insatisfação com o desempenho dos Ciesps no Grande ABC.

"A falta de representatividade que hoje temos na região é nociva. A falta de participação em assuntos de relevância para a região mostra a fraqueza dos que hoje comandam as diretorias regionais", afirmou Skaf à revista.

Política - Nelson Tadeu Pereira afirmou que os grupos da Fiesp não devem competir politicamente com as diretorias do Ciesp. "Ninguém quer competir com o Ciesp. Queremos aumentar nossa representação política. Temos de nos fazer ouvir."

No entanto, o diretor-titular do Ciesp de São Bernardo, Mauro Miaguti, que apóia Vaz, considera que a proposta da Fiesp pode acirrar a divisão política entre as entidades. "Isso não agregará nada à representação da indústria. Poderíamos pensar em juntar esforços ao invés de atuar isoladamente. A tendência é que a divisão política entre o Ciesp e a Fiesp fique cada vez maior."

Pereira acredita que a nova representação da Fiesp poderá atrair as grandes empresas da região, que não teriam a representação devida dentro da estrutura do Ciesp. "Temos muitas grandes empresas, que não se sentem representadas pelo Ciesp, mas que querem se manifestar e participar do processo de desenvolvimento industrial da região. Elas podem encontrar um canal de comunicação com a Fiesp por meio desses grupos", afirmou.

Formato - Os órgão de representação da Fiesp ainda não tem uma "figura administrativa" definida nem investimentos em estrutura previstos, segundo Pereira. "Pode ser uma diretoria ou um conselho consultivo, por exemplo. Ainda definiremos também que estrutura vamos utilizar. Em princípio, até a do sistema Sesi (Serviço Social da Indústria) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) pode nos abrigar", afirmou.




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