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Hispânicos dos EUA temem ser convocados para a guerra
Da AFP
28/03/2003 | 11:09
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Os hispânicos dos EUA se preocupam com a guerra no Iraque. Os jovens dessa comunidade se sentem pressionados a se alistar no exército americano, enquanto seus parentes recordam as intervenções americanas na América Central.

"Sentimos que essa é uma guerra desnecessária, iniciada por motivos imperialistas ou pessoais. Sentimos que é uma questão de ocupação, como já foi feito em muitos países latino-americanos", afirmou Marta Salazar, responsável por um centro comunitário em Los Angeles. Nesta cidade, vive a nona parte da população hispânica dos Estados Unidos.

"Na qualidade de latinos, já fomos vítimas de mil guerras no passado, desde os dias da revolução mexicana, quando os Estados Unidos, que estão sempre metidos em ações bélicas, respaldaram diferentes facções, até El Salvador ou Guatemala, onde a América do Norte apoiou ditaduras militares, obrigando muita gente a fugir", assinalou por sua parte Carlos Montes, firme opositor da guerra.

É que a comunidade latina dos Estados Unidos, primeira minoria do país, na frente dos negros, sente que os bilhões de dólares investidos na guerra poderiam ser destinados a melhorar as condições de vida dos mais desfavorecidos.

"Os bilhões de dólares gastos com os mísseis de cruzeiro Tomahawk deveriam ser utilizados para criar escolas, centros de saúde e postos de trabalho. E querem saber? Esta é uma guerra ridícula, um desperdício de dinheiro para matar gente", afirmou, Javier Rodríguez, outro líder comunitário.

Precisamente por ser uma das mais pobres do país, a comunidade latina se sente na alça de mira dos agentes de recrutamento do exército americano, necessitando de jovens "dispostos" a arriscar suas vidas por um salário.

"Vemos a evidência em nossas escolas locais, escolas secundárias que são 100% latinas e para onde os agentes vão todo dia para recrutar latinos", afirma Montes, adiantando que os agentes chegam inclusive a sugerir a possibilidade de legalização aos jovens interessados.

"Falei com um rapaz, Luís, que me disse que os marines o haviam chamado várias vezes e que quando finalmente confessou que não tinha documento, o representante militar disse que lhe daria uma força, telefonando para a imigração para ajeitar as coisas", explicou.




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