Muitos contribuintes do Grande ABC já começaram a maratona de pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Em São Caetano e São Bernardo, o prazo para pagar à vista já acabou. Em outras quatro cidades ainda dá tempo de pagar a cota única e abocanhar descontos que variam entre 5% e 15%. Procurada pela equipe do Diário, a Prefeitura de Rio Grande da Serra não informou os prazos.

Contribuintes que não conseguiram reservar o dinheiro para pagar o carnê de uma vez têm a opção de parcelar. No entanto, é essencial prestar atenção na data de vencimento para não pagar multas e juros que, por sinal, encarecem bastante as prestações. O morador de São Caetano, por exemplo, paga a multa mais pesada em relação às outras cinco cidades. São 0,5% ao dia e juros fixos de 20% ao mês. Quem mora em Ribeirão Pires paga multa de 0,25% ao dia e juros de 1% ao mês.

O consultor financeiro Ricardo Fairbanks fez duas simulações. Se a prestação do contribuinte, que mora em São Caetano, é de R$ 76, ele terá de desembolsar R$ 88, caso atrase o pagamento em 30 dias. Em São Bernardo, o mesmo valor de parcela do IPTU subiria para R$ 82,46, ao considerar o mesmo tempo de atraso.

O segredo para não esquecer de pagar o carnê e, por isso, arcar com as taxas salgadas, é registrar a data do vencimento em lugar de fácil visibilidade, principalmente porque o prazo para pagar o IPTU é extenso ( varia entre dez a 12 parcelas), o que facilita o esquecimento. "A desorganização gera custo maior. O contribuinte pode, por exemplo, digitar um lembrete no celular com a data do vencimento das suas contas", comenta a consultora financeira Elaine Toledo.

Os bancos oferecem empréstimos para pagar as contas sazonais de início de ano. E o consumidor que não conseguir quitar algumas das parcelas do tributo deve fazer as contas para identificar se os juros e as multas cobrados pela Prefeitura pesam mais do que os empréstimos. O Banco do Brasil e o Bradesco, por exemplo, oferecem linhas de crédito exclusivas para arcar com essas despesas e o juro é de 3,39% e 4,64% ao mês, respectivamente.

NO VERMELHO - Mas quem tiver dificuldades para arcar com mais de uma prestação, vai precisar planejar melhor as saídas de dinheiro. "Se não está conseguindo pagar essa despesa, que é essencial, é porque existe um problema sério no planejamento", salienta Elaine.

De acordo com a especialista, a família deve anotar em uma planilha gastos destinados às despesas essenciais - alimentação, moradia, transporte, água e luz. "Esse valor deve corresponder no máximo a 60% da renda mensal, até porque o consumidor tem outros custos para bancar", diz.

PRÓXIMO ANO - Ao poupar pouco por mês, o contribuinte pode se prepara para arcar com o tributo de 2013 à vista. Quem fizer aporte de R$ 70 em um investimento que renda 0,6% ao mês, como é o caso da poupança, poderá acumular R$ 800 até dezembro.