A Companhia Vale do Rio Doce negou nesta segunda-feira a intenção de ajudar o grupo anglo-australiano BHP Billiton, número um mundial do setor, a absorver a concorrente Rio Tinto. Desde que adquiriu a canadense Inco, no ano passado, a Vale é a número três da indústria de mineração em termos de capitalização na Bolsa. Já a Rio Tinto ocupa a segunda colocação no ranking mundial.

"Não há nenhuma intenção da parte da CVRD de fazer um movimento. É uma festa australiana para a qual não fomos convidados", disse o presidente da companhia, Roger Agnelli, ao ser questionado sobre o tema durante uma conferência de apresentação da empresa em Paris.

Agneli lembrou que a estratégia da Vale é o crescimento orgânico, mas sem proibir eventuais aquisições "no momento oportuno, se o preço for justo". A BHP propôs no início de novembro uma aproximação à Rio Tinto com base em uma troca de três títulos da BHP contra uma ação de Rio Tinto, que recusou a oferta.
 
O presidente da Vale não descartou a compra de ativos se a fusão entre os dois concorrentes não for concluída. "Não sei o que vão fazer, mas se formos convidados, examinaremos as oportunidades que surgirem em termos de compra de ativos", afirmou Agnelli.