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Economia da Ásia deve cair em 2001
Das Agências
01/03/2001 | 14:20
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O crescimento econômico na Ásia deverá cair rapidamente este ano devido à debilidade das exportações e à entrada do Japão em uma nova recessão, afirmaram especialistas reunidos em Manila nesta quinta-feira.

Os problemas econômicos não devem assumir uma proporção comparável à crise de 1997, quando houve sobrevalorização das moedas e desequilíbrio na balança comercial.

Hubert Neiss, presidente para Ásia do Deutsche Bank, acredita que a desaceleração da economia norte-americana conduzirá a um crescimento na Ásia 'em baixa significativa'.

'Primeiro, as exportações asiáticas para os Estados Unidos serão muito afetadas e depois, quando o crescimento norte-americano cair, o crescimento em outros países cairá e estes importarão menos da Ásia', explicou Neiss aos jornalistas durante um conferência organizada por seu banco e pela Merril Lynch.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Alan Greenspan, afirmou que o crescimento norte-americano estava efetivamente a zero, mas sem dar indicações sobre uma eventual redução das taxas de juros.

Os economistas presentes em Manila garantiram que esperavam uma redução de um ponto nas taxas de juros norte-americanas em 2001, o que sem dúvida terá um impacto positivo nas economias asiáticas.

Vincent Low, economista da Merrill Lynch, afirmou que as economias da região deveriam sentir a diminuição dos fluxos de capital, que poderia conduzir suas moedas à baixa.

'Os sistemas bancários continuam sendo ricos em liquidez, entretanto a pouca demanda de créditos limita os efeitos da flexibilização monetária', explicou.

Também advertiu sobre o perigo de uma provável recessão no Japão no primeiro semestre de 2001, com uma desvalorização da moeda, que pode chegar a 130 ienes por dólar até o final do ano.

O iene registrou nova baixa frente ao dólar nesta quinta-feira, ficando a 117,25-28 no meio da tarde.

As preocupações em torno da economia japonesa aumentaram nesta semana devido à queda das exportações por causa da desaceleração norte-americana.

Neiss, ex-chefe para Ásia do Fundo Monetário Internacional (FMI) durante a crise financeira em meados de 1997, considerou também que o continente asiático pode ser afetado pela desaceleração na indústria eletrônica, um dos motores do crescimento da exportação para numerosas economias da região.

'Como as exportações contam muito no PIB da maior parte das economias asiática, isto terá forte impacto no mercado interno, advertiu Neiss.




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